A Polícia Militar (PM) de Mogi Mirim registrou uma queda na produtividade no terceiro trimestre deste ano. O capitão da 2ª Companhia do 26º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM/I), Luciano Peixoto, atribuiu a redução às audiências de custódia, quando os presos precisam ser levados à presença da autoridade judicial.
Isso significa que, para o transporte e escolta do custodiado, a PM precisa desempenhar de uma a três viaturas do batalhão para esse serviço, prejudicando as ações de segurança na cidade, uma vez que o efetivo policial é escasso. Em média, algumas audiências chegam a ter três horas de duração.
A audiência de custódia é o instrumento processual que determina que todo preso em flagrante deve ser apresentado perante um juiz, no prazo de 24 horas, de modo a assegurar o respeito aos direitos fundamentais da pessoa submetida à prisão e também para avaliar a legalidade e necessidade de manutenção da prisão.
“Em um domingo, tivemos dez audiências de custódia”, lamentou Peixoto. Atualmente, a PM tem quatro viaturas em patrulha pelo município, além da equipe da Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas (Rocam) que, há pouco tempo, passou a ser centralizada no 26º Batalhão.
Por outro lado, nesse mesmo período, que compreende de julho a setembro, os índices criminais caíram em comparação ao ano passado. Mesmo com a produtividade baixa, esse cenário, segundo o capitão da 2ª Companhia, só foi possível porque há um trabalho integrado entre a PM, Polícia Civil e Guarda Civil Municipal (GCM).
Números
O balanço referente ao terceiro trimestre foi apresentado durante audiência pública da PM, nas dependências da Faculdade de Tecnologia (Fatec), Arthur de Azevedo, na tarde do último dia 5. De acordo com Peixoto, os roubos ainda são a maior preocupação da corporação, embora o número tenha baixado. Em janeiro, foram registrados 40 casos. Já entre julho e agosto, a polícia atendeu apenas nove ocorrências.
Agosto ainda registrou um latrocínio, roubo seguido de morte. A vítima foi o policial civil, chefe do Setor de Investigações Gerais (SIG), Emerson Meschiari. Ele foi morto a tiros durante um assalto, na entrada da agência bancária do Bradesco, à Rua Padre Roque, na região central. No mês de setembro, dos 27 casos, nove foram de roubo de documentos. O capitão ainda disse que chama a atenção os episódios envolvendo roubo e furto de veículos. No prazo de dois meses, por exemplo, foram furtados 44 carros, o que, possivelmente, pode ser reflexo da ação de uma quadrilha.
A PM ainda deve realizar reuniões com comerciantes, para delinear medidas de segurança com a proximidade das festas do final de ano, diretores da rede estadual de ensino e agências bancárias. A audiência também contou com a presença do secretário de Segurança Pública, José Luiz da Silva, do comandante da GCM, Paulo Moraes, do presidente da Câmara Municipal, Jorge Setoguchi (PSD), e do vereador Cinoê Duzo (PSB).