segunda-feira, abril 21, 2025
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Projeto de hospital municipal é adiado por 15 dias pelo Legislativo

Contrariando a expectativa de alguns, o hospital municipal continua em pauta. A proposta de inclusão da unidade no Plano Plurianual, que seria votada na segunda-feira, teve o pedido de adiamento por 15 dias, feito pelo vereador Gerson Rossi Junior, aprovado por oito votos a sete. Essa prorrogação irritou a oposição ao governo municipal, que planejava enterrar de vez a ideia do prefeito Carlos Nelson Bueno.

Proposta por Gebê, audiência pública para debater o hospital, no sábado, apresentou clima quente (Foto: Everton Zaniboni)

O adiamento aconteceu dois dias depois de uma audiência pública ter sido realizada. O autor da proposta justificou o pedido e se mostrou descontente com as críticas. “Qual é o problema de discutirmos um projeto? Se é votado de um dia para o outro é ‘guela abaixo’… Temos que discutir quantas vezes forem necessárias. Eu não posso errar, até por ter sido secretário de Saúde por um ano e cinco meses”, disse Gerson Rossi, acrescentando que ouvirá a Direção Regional de Saúde (DRS), órgão vinculado ao Estado de São Paulo, através do diretor Benedito Westin e sua equipe técnica, na segunda-feira, às 11h, na Câmara Municipal.


Ele acredita que é necessário fazer um Plano Diretor para o hospital, antes de falar em empréstimo para a construção. O líder de governo, Orivaldo Magalhães, disse que a Santa Casa de Misericórdia não é do povo de Mogi Mirim, ressaltando que, para o crescimento da cidade, é necessário um hospital que funcione. “Qualquer empresa que planeja se instalar em uma cidade, quer saber como é o sistema de saúde”, comentou.
Tiago Costa criticou o que ele chamou de manobra. “O parecer favorável ao projeto estava pronto, mas rasgaram. Então falaram: ‘vamos adiar para acharem que estamos pensando’”, comentou, se referindo, possivelmente, ao parecer da Comissão de Finanças da Câmara Municipal. “Esses sete vereadores que tem compromisso com o povo”, acrescentou a vereadora Maria Helena Scudeler de Barros, que não poupou críticas à secretária de Saúde, Flávia Rossi. “É uma secretária que não tem noção de regionalização”, comentou, sobre sua visão de que hospital deve ser regional e não municipal.

 

Audiência teve discursos, sem muitas perguntas

A audiência pública, proposta pelo vereador Geraldo Bertanha, para discutir o assunto foi realizada no sábado, mas não teve muitas perguntas e, sim, discursos políticos. O ato contou com a presença de todos os vereadores e de um grande público nas galerias da Câmara Municipal. O prefeito Carlos Nelson esteve presente, ao lado do chefe de gabinete, Guto Urbini; da vice-prefeita, Lúcia Tenório; e dos secretários de Saúde, Flávia Rossi; de Planejamento Urbano, Eduardo Schmidt; de Negócios Jurídicos, Adriana Penha; e de Finanças, Oliveira Pereira.
O evento começou com a equipe do governo explicando alguns pontos do hospital municipal. Na sequência, os vereadores puderam fazer perguntas, embora nem todos tenham utilizado a palavra e, daqueles que usaram, alguns fizeram discursos contra ou a favor de um hospital municipal. Não houve um controle do tempo para a utilização da tribuna.

Carlos Nelson Bueno, durante discurso em audiência pública (Foto: Everton Zaniboni)

O gerente regional da Caixa, também esteve presente e esclareceu alguns pontos sobre o financiamento. “Para que esse financiamento fosse possível, fizemos um levantamento das contas de 2017 e 2018 e o Município obteve uma boa colocação que permite esse financiamento, o que antes Mogi Mirim não tinha”, revelou.
Na segunda-feira, durante a sessão da Câmara, Gebê disse que estava cheio de expectativas para o sábado, mas que as respostas da Administração foram vazias. “Usaram a tribuna para fazer política”, acrescentou, se referindo aos colegas. “Não tive respostas, mas também não soubemos fazer as perguntas que eram necessárias”, ponderou o vereador.
Os integrantes do governo confessaram que não há um projeto no papel, devido ao alto custo para fazê-lo. A oposição questionou o valor envolvido, trazendo uma despesa média para a construção de um hospital de 100 leitos, de 9 mil metros quadrados, que giraria em torno de R$ 40 milhões.
A administração rebateu dizendo que não é possível nascer um hospital grande, neste primeiro momento, mas é possível fazer um plano para os próximos anos. “A Santa Casa, hoje, tem 50 leitos ativos. Então, a ideia de ter 100 leitos é para daqui 20 anos”, respondeu o chefe de gabinete, Guto Urbini.
Embora o assunto fosse o hospital municipal, a Santa Casa de Misericórdia figurou por diversas vezes nas discussões. “Mogi Mirim não tem um hospital. A Santa Casa é um hospital privado, que pertence a uma irmandade. É privado e sempre vai ser. A Santa Casa não é do povo, como estão falando por aí”, comentou Guto. “Em nenhum momento se falou em fechar a Santa Casa. Alguns estão preferindo não compreender isso”, acrescentou Flávia Rossi.

 

COMPRA DO PRÉDIO DA SANTA CASA

Foi levantada a questão sobre a compra do prédio onde hoje funciona o hospital filantrópico. A secretária de Negócios Jurídicos, Adriana Penha, disse que há dificuldades jurídicas e financeiras para que isso pudesse acontecer. Uma delas é o valor estimado em R$ 47 milhões, somente pelo imóvel, considerado alto e inviável pela administração. “É mais que o dobro do valor da construção do hospital e já é um prédio antigo para o que se planeja”, disse.

 

 

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