quarta-feira, setembro 18, 2024
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Projeto social incentiva jovens a se tornarem cineastas

Salas cheias de apetrechos, pessoas, ideias e roteiros, esse foi o clima das aulas finais do Projeto Cinema e Cidadania oferecido em dois Centros de Referência de Assistência Social (Cras) pela Secretaria de Assistência Social de Mogi Mirim em parceria com a Cia. Vidraça de Teatro. O projeto, em sua terceira edição, debate tema sociais, como preconceito, deficiência, anseios dos adolescentes, etc., com os alunos da zona Leste e Norte e os ensina a expor por meio da sétima arte suas visões sobre a cidade e o mundo por meio de filmadoras e câmeras fotográficas e das diversas linguagens do cinema, além de trabalhar o senso de responsabilidade e solidariedade de cada indivíduo.

“A grande intuito do projeto é que eles (os alunos) se movimentem, criem os roteiros, trabalhem a criação e o senso de responsabilidade para que também usem no mundo do trabalho. No cinema um precisa do outro como na vida”, destacou o produtor cultural e ator Luiz Dalbo, que ao lado de Erika Cândido, da Cia. Vidraça, orientam os alunos no projeto, que fecha o ciclo com cerca de dez alunos, já que vários conseguiram emprego e alguns mudaram de bairro durante o curso.

Na última aula antes da formatura, marcada para o dia 23 deste mês às 18h30, no Centro Cultural da cidade, cada grupo trabalhou de uma forma, colocando em prática as técnicas aprendidas ao longo dos seis meses de curso. Na zona Leste, os alunos gravaram um curta-metragem chamado “Seriamente Engraçado”, com roteiro escrito pelos estudantes, no qual cada personagem se transformava em palhaço durante uma reunião com um chefe que cobrava metas, mas que ao final também acabou por se render à alegria. A ideia foi mostrar como o sentimento pode ser contagiante; o vídeo poderá ser visto na noite da formatura dos alunos, aberta ao público e com entrada gratuita. Durante a cerimônia haverá a exibição de 15 vídeos.

“O roteiro foi escrito na semana passada, tem um ensaio rápido, e eles constroem o plano, filmam, precisam se virar. Eu e Érika somos apenas os facilitadores para que eles se desenvolvam”, explicou Dalbo.

“O projeto me ajudou muito na comunicação, você fica mais desinibido, o que eu gosto é da ideia de aprender a mexer com os equipamentos e de atuar”, disse o aluno Everaldo Campezoni, de 43 anos, que trabalha com fotografia e viu no projeto uma chance de aperfeiçoar sua atuação no mercado de trabalho.

“Gostei de aprender a fazer roteiros. Antes eu escrevia, mas não sabia como encaixar as cenas, isso foi importante para o meu desenvolvimento. Também aprendi a atuar, que era o que eu não sabia fazer”, disse Vitor Antonio Sampaio dos Santos, de 15 anos.

“Eu também gostei, aprendi muitas técnicas que podem ser usadas para diversas coisas. Com eles eu aprendi que cultura é muito importante e que pode tirar diversas pessoas até das ruas”, disse a aluna Gilcileia Rodrigues, de 20 anos.

Outro vídeo a ser exibido na formatura é o que foi produzido na última aula realizada no Cras da zona Norte, o que aconteceu na segunda-feira. Na data, os alunos participantes trabalharam na construção de um em stop motion, espécie de animação, uma das linguagens ensinadas por Luiz e Érika. O vídeo passou a ser exibido na internet como convite da cerimônia e mostra personagens de desenhos animados se dirigindo para o teatro do Centro Cultural para participarem da formatura.

“Durante o período trabalhamos também com documentário, com suspense, dublagem, decupagem, construção de roteiro e até com poema, como fazer um poema virar imagem, e com o stop motion que é feito pelas fotografias”, destacou Dalbó.

“Desde pequeno sempre gostei de fotografar e aqui aprendi mais, até a filmar. Agora no dia a dia sempre faço fotos”, disse o aluno David da Soledade Miguel, com 17 anos.

 

Futuros cineastas

Além de o Projeto Cinema e Cidadania ter como intuito formar cidadãos mais conscientes, o produtor cultural e ator da Cia. Vidraça de Teatro, Luiz Dalbo, também comentou que um dos objetivos do programa é formar novos cineastas, capazes de fomentar a produção de vídeos. Mogi Mirim já tem em seu currículo a realização de três Festivais de Cinema com a participação de diversos cineastas de fora da cidade e também do exterior e a execução do projeto é uma forma de incentivar que pessoas da cidade também passem a se expressar por meio da arte.

“Além dos valores e de garantir pessoas melhores socialmente, o projeto nasceu para atender a formação para o cinema. A grande ideia é ter pessoas que passem a se expressar, a mostrar a sua comunidade por meio da arte”, finalizou.

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