sábado, novembro 23, 2024
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Projeto de arte leva desenhos e cores para lares de idosos em Mogi Mirim

Há um ano, Erika Rodrigues teve uma ideia, ela elaborou um projeto e passou a ser voluntária em lares de idosos que ficam em Mogi Mirim. O projeto se chama ColoRRindo e consiste em levar desenhos impressos e cores para os idosos institucionalizados da cidade. Esse mês, o projeto completa um ano e, desde o início, não só levou mais alegria para os idosos como também mudou a forma como Erika passou a ver o mundo. Dentro do projeto, alguns desenhos também foram enviados pelos idosos para pacientes da Santa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim, como forma de tentar levar um pouco de cor e alegria.

Erika contou que desde criança gosta muito de colorir e sempre foi apaixonada por lápis de cor. Então, um dia pensou que gostaria de levar os mesmos sentimentos para os idosos. “Sinto que me desligo, é muito bom poder optar pelas cores, poder pintar um gato, por exemplo, de azul, é uma atividade relaxante e criativa. Então, um dia quando estava pintando, senti vontade estender esse sentimento para outras pessoas”, explicou.

A idealizadora do projeto contou que escolheu o público idoso por notar que não há muitas oportunidades para eles, sendo a maior parte dos projetos destinados para as crianças.

O primeiro local a receber o ColoRRindo foi o Instituto Coronel João Leite, que a cada quinze dias recebe a visita de Erika. Outros locais também recebem o projeto e são o Lar Emanuel, o Lar São Francisco de Assis, a Vila Vicentina e a Casa Santo Antônio.

Todos os idosos podem participar das atividades do ColoRRindo e Erika disse que tem contato com pessoas com idade que variam entre 65 até 97 anos, sendo homens e mulheres. Até idosos com problemas visuais podem participar, pois Erika prepara atividades em relevo para atender seus alunos.

Nem todos gostam de colorir, alguns preferem ficar observando o andamento das atividades. Outros, com o tempo, ficaram curiosos e tentaram colorir. Mas também tem aqueles que pintam mais de um desenho por tarde, entre 3 e 4. Erika lembrou de uma senhorinha que para justificar a não participação, disse que estava com dor na língua. “Ela disse: hoje eu não vou pintar porque estou com dor na língua. Mas depois de alguns minutos, foi pintar”, lembrou e riu ao dizer que é preciso aprender a lidar também com as emoções dos idosos.

Em contraponto, também tem idosos que gostam até de levar alguns desenhos para seus quartos, que consideram suas casas, para colorir até que ela volte.

“No começo eu levava uns desenhos na intuição do que poderiam gostar, mas agora sei que alguns gostam mais de instrumentos musicais, de beija-flor, também já surgiu a ideia de fazer por temas. Tem até um senhor que não pode pintar, por ter um probleminha nas mãos, e que ditou um texto”, destacou.

Mais um trabalho que Erika realizou no primeiro ano do projeto foi fazer com que os desenhos saíssem, a princípio do Instituto Coronel João Leite, para presentar para outras pessoas. A idealizadora firmou uma parceria com a Santa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim e passou a levar os desenhos feitos na instituição para os pacientes do setor de hemodiálise do hospital. Cada paciente recebia um desenho como presente e em troca Erika coletava as histórias e depois informava os idosos sobre o destino de cada desenho. “A maioria dos pacientes gostava, mandava bilhetes de volta, cartinhas. Teve até um paciente que foi visitar um idoso no instituto e passou a tarde com eles”, disse.

Para ela, os idosos sentem vontade de serem vistos, querem uma chance de mostrar que são úteis e ficam orgulhosos quando seus projetos têm visibilidade. Por isso, Erika espera uma oportunidade para realizar uma grande exposição com as obras dos lares.

“Antes eu pensava que eram pessoas mais limitadas, mas aprendi que dá sim para ser feliz, mas tem que ter adaptação. Vejo agora que por maior que sejam os problemas, eles não querem morrer, eles querem viver! Também aprendi a lidar melhor com meus pais e tenho uma visão diferente da vida e da velhice”.

Doação

Erika Rodrigues disse que conseguiu uma série de doações para que neste semestre atue nos lares. Mas, mesmo assim, doação nunca é demais, afinal uma hora os materiais serão utilizados. Ela disse que o ColoRRindo recebe lápis de cor, papel e quem quiser pode até doar dinheiro para que ela possa fazer a impressão dos desenhos (é que conforme dito acima, ela já sabe quais são os gostos dos idosos).

Mas, quem quiser ajudar com urgência, a maior demanda no momento é a doação de pranchetas. Assim, os idosos, principalmente, os cadeirantes, podem usar para apoiar melhor os desenhos, pois muitas cadeiras não encaixam nas mesas.

No Facebook do projeto – ColoRRindo – é possível saber mais sobre o trabalho e entrar em contato com Erika.

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