Um projeto piloto promete levar policiamento integrado para a zona rural de Mogi Mirim. A ideia é criar o chamado o Conselho de Segurança Rural, ou Conseg Rural, que tem como objetivo aproximar a polícia da comunidade do campo e, sobretudo, reduzir os altos índices de roubo registrados nessa região. O projeto começaria a ser colocado em prática nessa semana.
Segundo o capitão do 26º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM/I) e coordenador do Conseg Rural, Luciano Peixoto, será feita uma espécie de policiamento comunitário, ou seja, a própria população da zona rural poderá ajudar no trabalho de combate ao crime.
Além disso, policiais militares e guardas civis municipais atuarão em conjunto, criando, portanto, uma rede de segurança. “Em 2012, esse trabalho foi desenvolvido em Itapira e deu resultado”, afirmou Peixoto. A proposta foi apresentada pelo comandante do batalhão, major Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araújo, durante coletiva de imprensa no gabinete do prefeito Gustavo Stupp (PDT), na tarde da última quinta-feira, dia 9.
De acordo com o major, a zona rural vive uma situação complicada e, por isso, a cidade será usada como um laboratório nesse projeto. Se der certo, a ideia será expandida para os outros sete municípios (Mogi Guaçu, Estiva Gerbi, Holambra, Jaguariúna, Pedreira, Itapira e Santo Antônio de Posse) onde 26º Batalhão é responsável pela segurança, e até poderá ser implantada a nível estadual.
Paralelamente, uma outra medida adotada, e que já vem sendo realizada pela Força Tática da PM, é a ronda da madrugada a fim de coibir a ação de criminosos dentro das propriedades rurais. Reuniões para a apresentação da proposta do Conseg Rural também foram feitas com o capitão Marcelo Soares Cavalheiro, comandante da 2ª Companhia da PM, com o secretário municipal de Segurança Pública, Luciano Ferreira de Mello, membros do Poder Legislativo, presidente da Câmara Municipal e vereadores, e com os moradores da área rural.
Como funcionará?
A execução do projeto será possível por meio da Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar (Dejem), que permite aos policiais militares trabalharem voluntariamente em suas folgas, com direito a uma remuneração adicional. Isso porque, mesmo com dificuldade de efetivo, a polícia tem que garantir a segurança também na zona urbana.
Também devem ser recrutados aqueles que mais se identificarem com o trabalho de policiamento na área rural. Peixoto ainda explicou que serão feitas visitas de impacto, para dar sensação de segurança à comunidade do campo, e visitas comunitárias. Nesse caso, os policiais vão conhecer as famílias da zona rural, o número de integrantes de cada uma delas, bem como toda a rotina e ritmo de vida dessas pessoas.
Outro braço do projeto é a vizinhança solidária. Por meio do “Whatsapp rural’, os moradores poderão, com a segurança do anonimato, trocar informações entre si e com os próprios policiais. Para acompanhar a evolução da proposta, o coordenador do Conseg Rural destacou que serão feitas duas reuniões por mês. A finalidade do encontro será fazer uma análise crítica do método operacional e das taxas criminais.
Inspeção
No mesmo dia, o batalhão ainda promoveu uma inspeção para verificar as condições de trabalho dos policiais militares que atuam na cidade. Entre outros itens, foram avaliados o fardamento, infraestrutura das viaturas e a parte disciplinar dos PMs. Enquanto os policiais passavam pela revista, equipes da Força Tática, das Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam) e do helicóptero Águia foram designadas para auxiliar na segurança da cidade.
Durante a coletiva, o major confirmou que reforçará o efetivo na área central, onde o fluxo de dinheiro é mais intenso, e atuará em bairros específicos para coibir a ação de traficantes e usuários de drogas. “É para estrangular o crime. Essa é a mensagem para os policiais”, destacou o comandante do 26º Batalhão.