Com dois meses de funcionamento, um projeto piloto da Polícia Militar de Mogi Mirim reduziu para zero o índice de roubos a residência na zona rural, em junho e julho. O projeto de Polícia Comunitária Rural, baseado na integração de comunidade e policiais com visitas domiciliares e grupos de WhatsApp, foi tema de uma reunião da PM na noite de quinta-feira, na Capela Frei Galvão, no bairro São João da Glória. O evento reuniu cerca de 60 moradores dos bairros Boa Vista, São João da Glória e Pederneiras. O projeto começou a ser implantado nestes bairros por ser a área considerada mais problemática. Antes, em menos de um ano, haviam sido registrados 27 roubos envolvendo esta região e outras áreas. Em dois meses, o número em toda a zona rural caiu para zero. Os furtos seguem ocorrendo, mas em menor quantidade.
Depois de iniciar nos três primeiros bairros, as visitas se expandiram à Bocaina, Fundinho e Gabrielzinho e estão chegando ao Córrego Azul. A ideia é atingir toda a área rural. “Está surpreendendo o trabalho pelo comprometimento da comunidade. O resultado está sendo excelente”, comemorou o comandante da 2ª Companhia da Polícia Militar, Capitão Luciano Peixoto, idealizador do projeto.
Embora tenha assumido o comando da companhia de Mogi neste mês, Peixoto, que estava no Batalhão de Mogi Guaçu, foi quem iniciou este trabalho na cidade, em junho.
Além das visitas e reuniões, são feitos patrulhamentos, que invadem a madrugada. A cada 12 horas, uma equipe atua na zona rural, fazendo um itinerário diferente por turno.
A ideia é que os policiais e moradores se conheçam, criando um vínculo para facilitar a troca de informações. Foram formadas quatro duplas de serviço, que se intercalam. Um dos trunfos são os grupos de WhatsApp regionalizados. Os grupos são divididos em dois para cada região: um apenas para segurança e outro para assuntos gerais, com a intensão de fortalecer a amizade.
O trabalho é feito em conjunto com a Guarda Municipal e Polícia Civil, com informações sendo passadas aos investigadores. Também está sendo discutida a criação de um Conselho de Segurança (Conseg) Rural, na estrutura do Conseg urbano.
Pioneiro
O capitão foi o idealizador do projeto, implantado pela primeira vez em Itapira entre 2012 e 2013, quando reduziu os índices de criminalidade na cidade. Em Itapira, o projeto não está mais em andamento. Em Mogi, o projeto tem características mais amplas, é inédito no Estado e, dependendo dos resultados, poderá ser implantado em outras cidades. O envolvimento da comunidade é maior, o que fez os resultados aparecerem já em dois meses. Em Itapira, os efeitos surgiram após cinco meses.
Paz
Na quinta-feira, moradores que já tiveram as propriedades assaltadas revelaram a tranquilidade vivida hoje na zona rural. Uma das moradoras teve a residência assaltada em outubro e dezembro, gerando grande trauma na família, e revelou agora sentir segurança com a polícia presente.