Há um mês, surgia a proposta do prefeito Carlos Nelson Bueno de construir um hospital municipal. A ideia veio logo após a Santa Casa de Misericórdia recusar a proposta de um arrendamento da Prefeitura, que representaria um montante de R$ 700 mil mensais. Com a recusa da Irmandade, que considerou o valor baixo, a Prefeitura encerrou as negociações e passou a investir o seu tempo na formatação de um novo equipamento público voltado à saúde.
Placas indicando o local do hospital foram cravadas no terreno pela Prefeitura, em uma ação que antecipa o presente. O mandatário da cidade sinaliza ter um projeto em mente, mas não no papel. Nas entrevistas e nas explicações que tem dado, números são repassados, mas algumas informações ainda são vagas. É isso que causa a preocupação, principalmente, dos vereadores – que deverão aprovar, ou não, o pedido de financiamento de algo que ninguém sabe ao certo o que é. O montante é alto e, por isso, o assunto precisa ser objeto de reflexão.
Além dos valores que serão deslocados dos cofres públicos para a obra, é de se pensar também no investimento para se manter um hospital em funcionamento. Carlos Nelson garante que os servidores públicos darão conta do desafio. A intervenção, aliás, é tratada como uma espécie de estágio para que, quando o hospital estiver em funcionamento (caso seja efetivada sua construção), toda a força de trabalho seja deslocada.
É de se exaltar a proposta de encontros, como o realizado por Luiz Guarnieri, ex-vereador e atual presidente da Associação Comercial e Industrial de Mogi Mirim (Acimm), para discutir situações como a da construção de um hospital municipal. O debate de ideias, chamando diferentes cabeças pensantes, é louvável. Há muito que se discutir em projetos que impactarão a economia do município. As boas opiniões são sempre bem-vindas.
Nesta semana, o vereador Geraldo Bertanha (SD) teve um pedido aprovado pela Câmara Municipal e uma audiência pública será realizada no dia 11 de maio, um sábado, às 9h30. O dia e o horário foram escolhidos, justamente, para que a população participe, opine, tire suas dúvidas e, principalmente, cobre, por uma decisão acertada, os políticos que ajudou a eleger. É fundamental a exposição das ideias, as manifestações contrárias e, principalmente, o debate positivo.
A Casa de Leis ganha uma oportunidade de ouro para decidir o melhor destino para a cidade. Se, de um lado, a população mais carente sofre com o descaso e com a ineficiência dos serviços de saúde, por outro, pode ser perigoso mais uma dívida para o Município arcar. Que os prós e os contras sejam jogados à mesa. O que importa é que a saúde é urgente.