sábado, novembro 23, 2024
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Pais protestam e pedem justiça após um ano do assassinato de jovem

A morte do autônomo Adson da Silva Santos, de 20 anos, completou um ano no mês de março e os pais do jovem ainda lutam para que o crime não caia no esquecimento da sociedade e os autores do homicídio sejam devidamente responsabilizados.

Na terça, familiares e amigos de Adson fizeram uma manifestação em frente ao Fórum; pais lutam para crime não ser esquecido (Foto: Ana Paula Meneghetti)
Na terça, familiares e amigos fizeram uma manifestação em frente ao Fórum; pais lutam para crime não ser esquecido (Foto: Ana Paula Meneghetti)

Santos foi assassinado após se envolver em uma confusão em uma festa na cidade de Mogi Guaçu. Depois de entrar em uma briga para defender dois amigos, o jovem foi embora de carro pela Rodovia SP-340, onde foi perseguido e morto a tiros. “Foi a coisa mais absurda do mundo. Uma emboscada, sem meu filho poder se defender e por uma causa banal”, declarou o pai da vítima, Aderval Ribeiro dos Santos, de 45 anos.

Na tarde de terça-feira, pais, familiares e amigos fizeram uma manifestação em frente ao Fórum de Mogi Mirim, onde seria realizada a segunda audiência do caso. No entanto, por conta de um júri popular, o julgamento, que dará continuidade às oitivas das testemunhas de defesa e interrogatório dos réus, foi designado para o dia 29 de junho.

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Kiko, de 19 anos, foi preso em agosto do ano passado, em Campinas (Foto: Arquivo)

Em agosto do ano passado, o estudante Francisco Franchin Pinto, o Kiko, de 19 anos, acusado de ter participação no assassinato do autônomo, teve a prisão temporária decretada. Ele foi detido por policiais do Setor de Investigações Gerais (SIG) do município, na cidade de Campinas, em cumprimento ao mandado de prisão. Na ocasião do crime, Kiko foi identificado como o ‘japonês’ que incitou uma briga em frente à uma chácara onde ocorria uma festa.

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Lucas Bocão prestou depoimento e alegou inocência (Foto: Arquivo)

Além dele, outro jovem morador do condomínio Morro Vermelho foi indiciado pelo crime. O ex-jogador de futebol Lucas Ribeiro de Matos, o Lucas Bocão – que fez parte do elenco do Mogi Mirim Esporte Clube no Paulistão 2014. Até então foragido, desde que também teve a prisão temporária de 30 dias decretada, ele foi preso no final do mesmo mês e prestou depoimento formal à Polícia Civil, no dia 2 de setembro.

Na época, Bocão alegou inocência e negou qualquer envolvimento na morte de Santos. Posteriormente, a Polícia Civil solicitou a prisão preventiva de ambos. Porém, a defesa de Lucas Bocão entrou com pedido de liberdade provisória, o qual foi indeferido pelo Ministério Público (MP) local.

“Tratando-se de homicídio qualificado, crime hediondo, os requisitos da custódia cautelar, ao menos por ora, continuam presentes”, argumentou o 3º promotor de Justiça, Rogério Filócomo, em documento encaminhado à juíza da 2ª Vara da Comarca de Mogi Mirim, Fabiana Garcia Garibaldi. Para Filócomo, era preciso aguardar as demais provas e concluir os processos com os réus ainda presos, uma vez que o caso pode tramitar mais devagar com os acusados soltos.

Em liberdade
Mesmo com parecer contrário da Promotoria de Justiça, a juíza Fabiana Garibaldi revogou a prisão preventiva dos réus, concedendo, portanto, a liberdade provisória, mediante algumas condições como comparecimento em todos os atos processuais, recolhimento domiciliar nos dias úteis, das 10h às 6h, e integral nos dias de folga e entrega dos passaportes.

Em decisão proferida no dia 13 de dezembro de 2015, a magistrada justificou que o caso deixou de ter repercussão na sociedade mogimiriana, “tanto que a audiência de instrução recentemente realizada não despertou nenhum interesse nos meios de comunicação”. Fabiana argumenta que os réus são primários e possuem ocupação lícita, de modo que não colocarão em risco a ordem pública.

A juíza ainda reforçou que não há dificuldade de localização dos acusados porque eles e seus respectivos familiares possuem domicílio fixo na cidade e também se apresentaram espontaneamente à autoridade policial, logo depois da decretação da prisão, demonstrando que não pretendiam fugir da aplicação da lei penal.

“O que eu espero é que a justiça seja feita e que eles (os réus) sejam punidos. Eles têm uma força maior porque a família tem dinheiro, mas não vamos deixar corromper. Está todo mundo doente na minha família e eles nunca nos procuraram. Nunca se comoveram”, desabafou o pai à reportagem.

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