Não é comum que o Esporte esteja em alta na pauta política. Nas últimas semanas ganhou as rodas de conversas políticas o projeto da Prefeitura que visa a construção de uma Arena Multiuso. Para sair do papel é necessário, primeiro, que a Câmara Municipal aprove o projeto de lei em que a edificação está inclusa já que os recursos seriam oriundos de financiamento junto à Caixa Econômica Federal. O pacote vai além da arena. Há previsão de captação de algo em torno de R$ 35 milhões sendo que, por volta de R$ 17 milhões.
Fato é que Mogi Mirim está parada no tempo quando o assunto é investimento na infraestrutura esportiva. Temos mínimos espaços para atividades com areia, não há uma arena de futebol society, tampouco canchas de bocha ou malha. O que temos, em espaço público, para jogos de mesa? E quando pensamos em ginástica artística, rítmica e lutas? Tudo é no improviso!
E ginásios? Com tal nomenclatura, só dois. Itapira tem mais. Mogi Guaçu tem muito mais. E o Tucurão e a Vila Dias, ambos da década de 1980, hoje se enquadram como quadras cobertas, nem caráter de ginásio eles têm. Os campos de futebol também são antigos. Vestiários obsoletos e, desde 2010, não têm sequer AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros). Durante anos e anos os campeonatos da Lifamm (Liga de Futebol Amador de Mogi Mirim) e da Secretaria de Esporte foram organizados desrespeitando esta mínima norma e isto seguiu até a Justiça intervir. E, na maioria das praças esportivas, a Prefeitura não tem nem a posse da área, o que trava a vinda de emendas parlamentares, por exemplo.
O esporte em Mogi Mirim está largado há muito tempo. O projeto da Arena Multiuso surge como um fio de esperança a quem tem a capacidade de compreender que o esporte é uma das principais ferramentas para melhorar uma comunidade. Se houver aprovação e competência para a sua construção, será um ponto positivo a um governo encabeçado por alguém que passou oito anos no poder e nada fez para melhorar a infraestrutura. É uma chance de redenção para Paulo de Oliveira e Silva (PDT), que sabe que está em dívida nesta área.
O grande prejudicado por esta falta de estrutura é o pobre, já que o rico tem clubes e espaços particulares para usufruir ou matricular seus filhos. Além disso, uma arena com perfil multiuso pode ser fundamental à cultura, ao turismo, ao comércio, à economia em geral, etc. Lindo na teoria, não?! Sim, é sim.
E se pensar em esporte como fator de saúde, com resultados a longo prazo neste sentido, mais ainda. E tem até a segurança pública, já que é um concorrente do crime organizado e uma arma para superar a dependência química. O que nós, munícipes, precisamos compreender e o Executivo e o Legislativo terem clara ciência é de que esta não pode ser uma aventura de voo único. Se seguirem pela decisão de aprovar a construção da Arena Multiuso, será preciso construir mais do que isso.
Será obrigatório dar suporte para que as pastas envolvidas tenham recursos para contratar ajudantes e professores; despesa com manutenção, equipamentos e uniformes para os alunos e atletas. Se a arena colar, o Esporte não pode ficar renegado a quase 1% do orçamento. Vai ser preciso ir além. E o esporte precisa disso. Mogi precisa disso!