terça-feira, abril 8, 2025
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Que volte logo a alegria do Carnaval

Chegou a sexta-feira de Carnaval! Não, não é tempo de folia. Aliás, nem parece que estamos em época de Carnaval. Afinal, mesmo que o abre-alas não passe, os foliões não sigam pela avenida e as marchinhas não ditem o ritmo, a data não deixa de existir. Só não é momento de aglomerar centenas de pessoas, já que o novo coronavírus continua por aí.

E muitas cidades, avaliando os riscos de contaminação, decidiram cancelar os festejos. Umas, mantiveram o ponto facultativo ou feriado. Outras, não. Há até argumento de economia com os festejos para investimento em outras áreas. Faz parte.

O que precisamos é ter muito cuidado. Afinal, de uma maneira muito geral, nenhuma outra festividade popular foi alvo de pedidos de cancelamento quanto o Carnaval. Você lê manifestações pesadas pedindo o cancelamento de shows sertanejos, que levam 10 mil, 20 mil, 50 mil, 100 mil pessoas a um mesmo espaço? E apresentações de rock and roll? O futebol continua com bola rolando e, por exemplo, na final da Supercopa do Brasil, mais de 32 mil pessoas assistiram, in loco, Atlético-MG x Flamengo.

A principal diferença entre estes exemplos e o Carnaval de Rua é o controle de acesso. No estilo mais popular do Carnaval, ditar que, quem estiver na folia, será alguém com quadro vacinal completo ou com teste negativo para a Covid-19, é uma missão difícil. Exigir o uso de máscara é mais fácil em ambiente controlado, bem como de álcool em gel.

Porém, o que se deve temer é que não haja uma elitização da diversão. Oras, a grande maioria dos brasileiros não têm acesso aos espaços de alto controle, como grandes shows e partidas da elite do futebol. Para ficar em poucos e simples exemplos. O Carnaval, grande marca da cultural popular brasileira, se tornou quase que alvo isolado e muito disso se deve ao fato de ser uma festa que atinge o povo menos favorecido financeiramente.

E mais do que isso. Assim como os outros eventos, o Carnaval emprega muita gente. Garante o sustento a muitos pais de família e faz movimentar a economia, sobretudo, em uma classe que, apesar de poucos recursos, gasta e muito em suas comunidades. Em 2022, infelizmente, o panorama indica que a decisão de cancelar as festas de rua seja a mais sensata.

Mas é necessário que haja bom senso. Que se pense em alternativas para garantir paridade de condições para que os foliões, pobres e ricos, possam ter acesso a algum tipo de diversão. E para que as pessoas que sobrevivem graças à renda destas festas não fiquem sem o ganha-pão. Isso vale para o Carnaval, mas também para rodeios, casamentos, formaturas e tantos outros tipos de eventos culturais que tanto sofreram neste período de pandemia.

Mais do que alegria, o Carnaval é essencial para muita gente. E que, em 2023, possamos ter vencido de vez esta pandemia para que esta data volte a ser de sorrisos, confetes e serpentinas.

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