sábado, novembro 23, 2024
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Quebra de sigilo bancário e fiscal de Rivaldo e esposa é pedida à Justiça

Associados antigos do Mogi Mirim Esporte Clube, Henrique Peres Stort, Alceu Carlos dos Santos e Ivan Benedito Bonatti, representados pelo advogado Renato Franco de Campos, entraram, na terça-feira, com uma petição na Justiça solicitando a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-presidente do clube, Rivaldo Ferreira. A petição está inserida na ação que busca anular a transferência dos CTs do Mogi Mirim para Rivaldo e foi agora elaborada devido à revelação do ex-vice-presidente Wilson Bonetti de que o craque recebia em sua conta verba que deveria ser do clube. Como co-réu no processo dos CTs, Bonetti apresentou em sua contestação a revelação da existência de um contrato entre o Mogi Mirim e a Zeromah GMBH, empresa do Uzbequistão, de propriedade de Miradil Djalalov, que previa o repasse mensal de valores para o Mogi em troca de 50% dos direitos econômicos de jogadores que fossem negociados. No entanto, segundo Bonetti, os valores entraram na conta do jogador, totalizando cerca de R$ 3,4 milhões. O ex-vice-presidente disse não ter informação se Rivaldo depois devolveu a verba ao clube ou se deduziu de seus créditos com o Mogi. Bonetti explicou que o contrato com a empresa do Uzbequistão, que garantia recursos expressivos para manutenção do Mogi, motivaram Rivaldo a se comprometer a não dilapidar o patrimônio do clube. Rivaldo assumiu o Mogi em outubro de 2008 e começou a jogar no Bunyodkor dois meses antes. Djalalov investia no clube do Uzbequisão.

Por considerar que as práticas adotadas por Rivaldo podem configurar crimes de apropriação indébita e estelionato, Stort, Alceu e Bonatti pedem que seja expedido ofício ao Ministério Público e à Receita Federal para apuração de eventuais atos criminais. A petição solicita a expedição de ofício à Receita Federal para apresentação de cópias das declarações do Mogi e de Rivaldo e esposa nos últimos cinco anos para serem esclarecidas operações obscuras de crédito realizadas entre as partes. Pede ainda pesquisa via Bacenjud dos extratos bancários do Mogi, de Rivaldo e sua esposa Eliza Ferreira desde outubro de 2008 até os dias atuais.

Rivaldo e Stort em jogo festivo: hoje, em lados opostos na Justiça. (Foto: Arquivo)
Rivaldo e Stort em jogo festivo: hoje, em lados opostos na Justiça. (Foto: Arquivo)

O documento também solicita perícia para verificar a existência da dívida cobrada por Rivaldo e se sua criação decorreu de má fé e dolosa gestão, com a comparação dos extratos de Rivaldo, Elisa e Mogi para verificação das reais operações financeiras e não apenas das dispostas no livro-caixa do clube. Pede ainda prova oral com o depoimento pessoal dos réus e oitiva de testemunhas.

No documento, os associados antigos colocam que Rivaldo não aportou valores no Mogi, ao contrário do que sustenta, mas sim repassou o que já pertencia ao clube.

Petição pede o depósito em juízo de parcelas de dívida

A petição dos antigos associados também reivindica que as próximas parcelas a serem pagas pelo Mogi Mirim a Rivaldo referente à divida ainda existente sejam depositadas em conta em juízo até a questão ser decidida pela Justiça.

Na passagem de gestão de Rivaldo para o grupo de Luiz Henrique de Oliveira, uma dívida de R$ 10.900.000,00 foi assumida pelo investidor Victor Manuel Simões, com o valor a ser pago em 11 anos. Como houve o racha na gestão, com Simões deixando a diretoria, o Mogi Mirim ficou responsável por pagar a dívida.

A primeira parcela, de R$ 500 mil, já foi paga. Por este motivo, a petição também requer que seja feito o arresto dos R$ 500 mil nas contas de Rivaldo, com o bloqueio do valor via judicial. O pedido é feito pelo entendimento de que a dívida foi constituída de forma irregular e assim o pagamento teria ocorrido indevidamente.

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