sexta-feira, outubro 18, 2024
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Queda de energia afeta captação e deixa Mogi sem água em meio ao calor

Mais uma vez, em 2018, Mogi Mirim sofreu com o desabastecimento de água. Na madrugada de segunda para terça-feira, por volta das 2h, a queda de energia, provocada por um raio, queimou um transformador e afetou a captação de água na Estação de Tratamento de Água (ETA), localizada no Morro Vermelho, deixando bairros das quatro regiões da cidade a seco. A energia só retornou por volta das 10h de terça-feira, oito horas após o problema e o suficiente para causar um transtorno.

Para se ter uma ideia da gravidade da situação, os 13 reservatórios de água do município foram afetados. Foi preciso uma força-tarefa do Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae) para normalizar a distribuição e regularizar o nível de água nos reservatórios, mas até ontem o problema ainda persistia. Somente neste ano, esta foi a quinta vez que a queda de energia prejudicou o abastecimento.

O intenso calor ao longo de toda a semana, com os termômetros ultrapassando a casa dos 35 graus, mas com sensação térmica perto dos 40 graus, prejudicou ainda mais o panorama. Com o retorno da energia, o Saae voltou a tratar água em praticamente todo o dia, como de hábito, entretanto, com o alto consumo, o trabalho se tornou ainda mais complicado. “Foi um transtorno total, o que era produzido, acabava consumido na hora, não tínhamos reserva alguma”, lamentou o presidente da autarquia, Rodrigo Sernaglia.

Bairros como Jardins Longatto e Paulista ainda apresentavam falta de água até ontem à tarde. (Foto: Divulgação)

Até a tarde de quarta-feira, o Saae ainda não havia conseguido, no linguajar da autarquia, ganhar nível de água nos reservatórios. O reservatório do Jardim Paulista foi um dos mais prejudicados, com a falta de água persistindo em regiões da zona Norte até ontem. Além do Paulista, o Jardim Scomparim, Parque da Imprensa, Juscelino Kubitschek, pontos da Avenida Pedro Botesi e parte da Avenida 22 de Outubro sofreram com a falta da água. Foi necessária a utilização de um caminhão pipa para que o Hospital 22 de Outubro pudesse funcionar de maneira adequada.

O reservatório do Jardim Paulista, que pode armazenar dois milhões de litros da água, estava pela metade entre quarta e quinta-feira.

Tratamento
Sernaglia explicou que, costumeiramente, a ETA trata a água ao menos 21 horas por dia, exceto o chamado horário de ponta, quando a energia elétrica é mais cara e os trabalhos acabam suspensos, de olho na economia. Porém, com o forte calor, a autarquia teve que atuar no horário, deixando as horas de intervalo para a madrugada. Os períodos de maior consumo são registrados entre 6h e 9h e das 17h às 20h.

Mogi Mirim possui reservatórios no Alto do Mirante, Vila Dias, Jardim Paulista, Parque Real, Residencial do Bosque, Praça Catarino Marangoni, Chácaras Sol Nascente, Distrito de Martim Francisco, Parque Industrial, dois na sede do Saee e outros dois na ETA.

Falta de energia fez com que a ETA ficasse mais de oito horas sem tratar água. (Foto: Divulgação)

Prioridade
Embora entenda que a área de cobertura da Elektro, responsável pelo fornecimento de energia elétrica para toda a população seja abrangente, o Saae ficou na bronca com a concessionária pela demora no retorno da energia, feito oito horas após a queda. O entendimento era de que os serviços de correção fossem finalizados em quatro horas, amenizando a falta de água.

“Falta prioridade no tratamento de água. Nossa queixa é essa. Sabemos que isso (ausência de energia) aconteceu em várias cidades. Mas não podem demorar tanto assim”, alertou Rodrigo.

“Não tinha água para fazer almoço”
Desde as primeiras horas da manhã de terça-feira, uma enxurrada de comentários sobre a falta de água e críticas ao Saae, se espalharam pela cidade. Nas redes sociais, a bronca se acentuou. A queixa tinha relação também com a falta de explicações tanto da autarquia como da Prefeitura.

Ao O POPULAR, a dona de casa Isabel Ferreira, de 62 anos, moradora da Rua Anselmo Lopes, no Jardim Santa Helena, zona Norte de Mogi, não escondeu a indignação. “Eu tenho roupa para lavar, almoço para fazer e não tem uma gota de água. O duro que quando a conta chega, ai de você atrasar. Você tem que pagar e pronto. É uma vergonha”, desabafou.

Isabel reclamou também sobre a água em sua casa ter cor amarela. “Isso aqui é comum, parece que está cheia de cloro”, esbravejou.

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