sábado, setembro 14, 2024
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Quinhentos Artigos, Dez anos e o Retrato do Imperador (n° 500)

Estou completando 10 anos de articulista no jornal O POPULAR. Tudo começou em 2007, quando recebi um honroso convite de Valter Abrucez para colaborar nas páginas deste prestigioso jornal. Na época, Valter e Geraldo Bertanha (Gebê) eram os proprietários do periódico. Pouco tempo depois eu publicava meu primeiro artigo no dia 5 de janeiro de 2008, intitulado “O retrato do Imperador”, descrevendo a história da pintura feita pelo italiano Antonio Pinutti, com a imagem do Imperador D. Pedro II, num trabalho realizado na Corte Imperial do Rio de Janeiro em 1868. Foi o primeiro de meus 500 artigos, que hoje reedito.

O Retrato do Imperador

No início do ano de 1868, os vereadores da Câmara Municipal de Mogi Mirim resolveram prestar uma homenagem ao Imperador D. Pedro II, com a confecção de um quadro pintado a óleo e que seria introduzido no recinto de nossa edilidade. Para tanto, tomaram duas providências: contratar o pintor italiano Antonio Pinutti e comunicar Sua Majestade sobre essa decisão, solicitando que posasse para o pintor em ocasião propícia.
D. Pedro II concordou e pediu ao pintor que fosse até a Corte Imperial no Rio de Janeiro, em data previamente fixada. O italiano Pinutti era famoso na época, tendo retratado diversos personagens da história brasileira. Ele foi indicado pelo advogado Dr. Evaristo de Araújo Cintra para confeccionar o retrato do imperador e a um custo que é desconhecido, mas que deve ter sido alto, visto a reconhecida capacidade de Pinutti.
Na sessão de Câmara de 24 de novembro de 1868, o vereador João Alberto de Oliveira Prado informou que, estando pronto o retrato, fosse o referido entregue ao Procurador na Câmara Municipal para ele providenciar a moldura e o que fosse necessário para a colocação na parede da sala de reuniões.
O quadro ficou na Câmara até 16 de novembro de 1889, quando acontecimentos inesperados e desencadeados pela repentina Proclamação da República, no dia anterior, quase destruíram aquele precioso tesouro de nossa história. O republicano Antonio Francisco de Araújo Cintra, fazendo uso de sua bengala, perfurou e rasgou parte do quadro a óleo e no que foi ajudado por outros descontentes com a monarquia.

Graças à imediata ação de alguns vereadores, o retrato de D. Pedro II foi salvo da destruição total e enviado ao Dr. Antonio Rodriques do Prado, monarquista convicto e último presidente de nossa Câmara Municipal na era imperial.

O Dr. Prado conservou o retrato até o dia de sua morte, ocorrida em 14 de abril de 1894. Dias depois, seu filho, Dr. Rozendo Rodrigues do Prado (um dos fundadores e primeiro presidente do Clube Recreativo), ofereceu o quadro novamente para a Câmara Municipal e onde permaneceu até meados da década de setenta, ao lado dos retratos de Prudente de Morais, Floriano Peixoto e Dr. Jorge Tibiriçá, grandes expoentes do novo regime republicano.

Ainda no século XIX, o quadro do imperador foi restaurado (hoje, se nota o rasgão ocasionado pelas bengaladas do republicano Araújo Cintra). Por volta de 1975, a Câmara fez a doação daquela preciosidade histórica ao Museu Dr. João Teodoro Xavier, de Mogi Mirim e onde até hoje se encontra.
São 149 anos da história de nossa terra contados e representados naquele quadro de valor inestimável e condensando uma série de notáveis ocorrências, lendas e mistérios, que se escondem diante dos olhares curiosos e indagativos das pessoas que o contemplam.

Preceitos Bíblicos: “Peçam, e lhes será dado! Procurem, e entrarão! Batam, e a porta se abrirá para vocês! Pois todo aquele que pede, recebe; quem procura, acha; e a quem bate, a porta será aberta”. (Lc 11, 9-10).

Túnel do Tempo: Em 31 de dezembro de 1948, o município de Mogi Mirim possuía um território com 1.260 quilômetros quadrados, assim distribuídos: Mogi Mirim (sede) com 475 kms.2, Artur Nogueira – 325 kms.2, S. Antonio de Posse – 143 kms.2, Conchal 198 kms.2 e Jaguariúna – 119 kms.2. Posteriormente, todos os antigos distritos foram desmembrados, tornando-se municípios e assim diminuindo o território de Mogi Mirim

Jornal O Impacto: Nesse jornal, que infelizmente, deixou de existir há pouco tempo, escrevi 194 artigos de 2000 a 2004, um período de quatro anos abordando a história de Mogi Mirim e de seu povo. Na época, recebi numerosas mensagens de leitores, parabenizando a iniciativa. Desde então, conto como assídua leitora dona Santa Ricardo Queiroz, atualmente com 98 anos de idade!  Também fiquei sabendo que ela já leu as 502 páginas de meu livro “Mogi Mirim, nascida da bravura dos paulistas”.

Legenda da foto: Em 1951, Mogi Mirim ganhava um novo e moderno estabelecimento comercial: a Casa Botelho. Nesta foto, quando da inauguração, aparecem ao centro o proprietário Pedro Botelho e sua esposa, ladeados por funcionários, familiares e amigos. Na época, foi considerado o mais belo edifício de Mogi Mirim, popularmente chamado “A casa namorada da cidade” há 66 anos.

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