Por Nelson Patelli Filho
– Escritor e historiador
Dois bandeirantes foram os fundadores de Mogi Mirim: Paschoal Moreira Cabral e Bartolomeu Bueno da Silva Filho, entre os anos de 1721 e 1722. O grande naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire, em uma de suas obras, citou que os componentes das Bandeiras eram “Raça de Gigantes”, por serem destemidos, de vontade férrea e que enfrentavam com coragem inaudita os perigos da selva, as doenças e a fome.
A Bandeira do Anhanguera
No ano de 1722, o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva Filho, o “Segundo Anhanguera”, foi incumbido pelo rei de Portugal na missão de abrir uma estrada com trajeto entre São Paulo e Goiás.
Aceitou a designação principalmente pelo motivo de ter a oportunidade de redescobrir as jazidas de ouro e diamantes que seu pai encontrara em Goiás, em 1682. Naquela época, o “Segundo Anhanguera” ainda era adolescente quando integrou o destemido grupo desbravador de seu pai.
Mas tinha lembranças dos locais das jazidas e tentaria reencontrá-las. Afirmou: “Acharei o que procuro ou morrerei na empreitada”. No dia 3 de julho de 1722, a Bandeira do “Segundo Anhanguera” partiu de São Paulo com destino ao sertão inóspito.
Segundo o historiador Luiz Palacin, “a Bandeira era composta de 500 pessoas aproximadamente, com cerca de 20 indígenas, algumas centenas de portugueses, escravos africanos e mamelucos (miscigenação de índios com brancos)”. O historiador escreveu que, “além do elemento humano, a Bandeira levava 39 cavalos, 152 armas diversas e mantimentos como: farinha, carne seca e mandioca”.
Fundadores de Mogi Mirim
Um dos integrantes da Bandeira, o alferes português Silva Braga, escreveu que “todos os brancos eram filhos de Portugal, apenas um da Bahia e cinco ou seis paulistas”. Ao passar pela primitiva “Boigi” dos caiapós (primeiro nome de Mogi Mirim), a Bandeira deixou diversos de seus integrantes como grupo de apoio no retorno de Goiás.
Eles tinham a missão de plantar mantimentos, criar gado, porcos e aves, que serviriam no abastecimento dos bandeirantes em seu regresso.
Nesse grupo estavam alguns de nossos primeiros moradores: Sebastião Leme do Prado, Matheus de Cubas, Francisco Bueno Pedroso, Salvador Jorge de Moraes, José Barbosa Rego e a primeira mulher fundadora de Mogi Mirim, Liberata Leme da Silva, sobrinha dos famosos Irmãos Leme, cuja história Paulo Setubal contou em sua obra “Os Irmãos Leme”, editada em 1955, escrevendo que eles eram bestiais, rudes e sanguinários, atormentando a recém fundada Cuiabá com seus atos de banditismo”.
(Continua na próxima semana, na Parte 2)
Túnel do TEMPO
Em 17 de julho de 1952 foi comemorado o 1º Centenário da Comarca judiciária de Mogi Mirim, a sexta criada no território paulista, conforme a Lei nº 11 de 17 de julho de 1852. Chegou a abranger 11 municípios paulistas, inclusive Ribeirão Preto.
Preceitos Bíblicos
“Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Quando me tornei adulto, rejeitei o que era próprio de criança. Agora nos vemos num espelho, confusamente, mas então, veremos face a face. Agora conheço apenas de modo imperfeito, mas, então, conhecerei como sou conhecido. Atualmente, permanecem estas três coisas: fé, esperança, caridade. Mas a maior delas é a CARIDADE”. (São Paulo aos Coríntios, 1- 12, 31-13).
Livros – História de Mogi Mirim e Região
Mogi Mirim, nascida da bravura dos paulistas | 512 páginas e 42 fotos
A escravidão e o abolicionismo Regional | 278 páginas e 56 fotos
Memórias Mogimirianas | 260 páginas e 47 fotos
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