Provando a antiguidade de Mogi Mirim, existem documentos que mencionam as antigas Bandeiras que passaram por nossa terra e aqui fixaram os primeiros habitantes do “Pouso do Boigi”, no território da atual Mogi Mirim.
O Pouso
O chamado “Pouso” era um aglomerado de choupanas cobertas de folhas de palmeiras e chão de terra batida. Isso antes das Bandeiras de Paschoal Moreira e do Segundo Anhanguera, pois, com a fixação dos primeiros moradores, surgiu uma pequena povoação e foi aberta a primeira rua, hoje denominada Rua Marciliano.
Na esquina das atuais ruas Marciliano e Riachuelo foi erguida pelos bandeirantes uma pequena e rústica capelinha. Ela não tinha imagens, apenas uma cruz e um oratório, não se sabendo o nome do padroeiro.
Segundo o cronista Pedro de Mattos, ali o Segundo Anhanguera e seus bandeirantes assistiram missa em 1722, oficiada pelos dois frades que acompanhavam a Bandeira, sendo, portanto, o primeiro templo católico erguido em Mogi Mirim, chamada, naquela época de Boigi.
Católicos fervorosos
Os bandeirantes, apesar de sua rudeza, eram fervorosos católicos e tementes a Deus, nunca se internando nas florestas ou sertões sem levar frades ou padres para ministrar os santíssimos sacramentos, rezar missas, prestar apoios religiosos e encomendar as almas dos falecidos, vítimas de ataques dos índios e dos animais ferozes. Antes de se embrenhar pelos sertões, faziam seu testamento, discriminando suas últimas vontades e súplicas a Jesus, a Deus Todo Poderoso e à Virgem Maria.
Antigos testamentos
Alguns exemplos desta grande religiosidade eu encontrei em antigos testamentos do Século 18, dos quais cito alguns exemplos: “Encomendo minha alma a Deus, que a criou e o corpo à terra, com ele foi criado”. Outra citação: “Peço ao Nosso Senhor Jesus Cristo que salve a minha alma, que Ele remiu com seu precioso sangue e sua sorte na cruz”. Outro exemplo: “Que a Rainha Virgem Nossa Senhora seja minha intercessora, valedora e medianeira”.
E, finalmente, uma declaração de fé religiosa e preocupação com a vida eterna: “Considerando quão incerta é a hora da morte e a estreita conta que tenho de dar ao meu Redentor e Criador, quero consertar as coisas, de maneira que fiquem postas em ordem, como todo fiel cristão tem obrigação de fazer”.
A fundação oficial
Da antiga Boigi surgiu, em 1º de novembro de 1751, a povoação de São José de Mogi Mirim.
Livros católicos
Os únicos livros citados nos testamentos dos bandeirantes eram de conteúdo religioso católico e nenhum de outro tipo literário. “A vida de São Bento”, “Ditames do Padre Euzébio”, “Mistérios da Paixão”, “Livro de São José”, “Horas de Rezar”, “Aplicação da Bula da Cruzada”, “Retábulo da Vida de Cristo”, “Sermões da Semana Santa” e outros livros católicos da época, editados há cerca de 300 anos!
Túnel do TEMPO
14/08/1926 – Chega em Mogi Mirim a grande cientista Madame Curie, acompanhada de sua filha, Irene Curie, do dr. Celestino Bourrol e da dra. Berta Lutz. Em seguida, Madame Curie e sua comitiva dirigiam-se a Termas de Lindóia.
Preceitos Bíblicos
“Caríssimos. Onde há inveja e rivalidade, aí estão as desordens e toda espécie de obras más. Por outro lado, a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, pacífica, modesta, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e nem fingimento”. (São Tiago 3, 16-17)