sábado, abril 19, 2025
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“Racismo está enraizado”, declara secretário Dirceu Paulino

Os insultos contra o volante Arouca mostram apenas a triste realidade encontrada no Brasil. Esta é a visão do secretário de Esportes, Juventude e Lazer (Sejel), Dirceu Paulino. Ex-atleta profissional de vôlei e com experiência por clubes nacionais e internacionais de 35 países, Paulino acredita que o racismo no Brasil é mais do que evidente.

“O racismo existe, está no meio da sociedade, está enraizado. O que aconteceu com o Arouca foi só mais um aviso, que o racismo está aí. O que precisa trabalhar não são os racistas de hoje, são os prováveis racistas de amanhã, é isso que temos que cuidar. Não está aumentando (o racismo), está aparecendo mais, está ficando mais evidente”, enfatizou.

Paulino afirma ter vivido o racismo na pele, em situação que se iniciou lá atrás, com apenas nove anos, quando foi proibido de brincar com um colega de condomínio pela mãe do garoto, tudo pelo simples fato de ser negro. Anos mais tarde, já como atleta profissional, teve sua entrada barrada por porteiros de um clube de São Paulo também pelo mesmo fato. Para ele, a tese de que o Brasil é um país onde todos se tratam de forma igual não é verdadeira.

“Isso nunca vai mudar, vai sempre acontecer. Essa ideia de que o Brasil é um país de mistura é conversa fiada, uma ilusão que as pessoas querem passar para os outros para falar que o brasileiro é legal, que o Brasil é um país bacana, que todo mundo é irmão”, criticou.

"Essa ideia de que o Brasil é um país de mistura é conversa fiada", dispara Dirceu (Foto: Everton Zaniboni)
“Essa ideia de que o Brasil é um país de mistura é conversa fiada”, dispara Dirceu (Foto: Everton Zaniboni)

Dirceu afirma ter vivido em diversos países europeus, mas que nunca sofreu com o racismo, diferente do Brasil. No momento a educação de pai para filho e a consciência de que todos são iguais precisa ser tratada de outra forma. “Tem que cobrar não desses três que xingaram, mas da sociedade inteira. Que os novos pais vejam isso como mau exemplo e não passem para os filhos, para as novas gerações”, salientou.

 Assusta

Na opinião do secretário, o racismo é preocupante em qualquer lugar do país, mas quando chega a uma cidade como Mogi Mirim, o panorama se agrava ainda mais. “Quando acontece aqui, dentro da minha cidade, além de envergonhar, me assusta, porque meus filhos estudam aqui”, completou.

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