De volta ao Boteco, a judoca Rafaela Silva aborda a sensação do ouro olímpico no Rio de Janeiro, depois de viver uma frustração em Londres quatro anos antes e comenta a oportunidade de observar ídolos de outros esportes nas Olimpíadas.
Boteco – Qual foi seu momento mais marcante ou curioso na conquista do ouro olímpico no Rio?
Rafaela – A competição inteira, eu fiz uma competição muito boa, consegui ganhar de umas adversárias de quem eu nunca tinha ganhado, tinha perdido as últimas competições, consegui fazer uma boa competição e sair com uma medalha olímpica, que era meu sonho. Dentro de casa ainda, uma medalha de ouro, com a plateia ali, com meus amigos e minha família.
Boteco – Depois da frustração de Londres, você ficou com uma tensão para as Olimpíadas do Rio? Como conseguiu administrar a parte psicológica?
Rafaela – Cobrança a gente tinha porque o judô é o esporte que mais dá medalha pro Brasil em Olimpíadas, a gente tinha uma cobrança a mais, mas a Olimpíada de Londres não me atrapalhou, mas sim me fortaleceu, porque o que eu senti na Olimpíada de Londres era o que eu não queria sentir novamente no Rio. Então me fortaleceu para fazer uma boa competição.
Boteco – Quando você perdeu em Londres, teve aquela questão do golpe ilegal… Mas teve gente que falou que você era uma vergonha para sua família. Depois que você ganhou o ouro, deu a sensação de resposta para os críticos?
Rafaela – Acho que não de uma resposta, porque eu não ligo mais pro que as pessoas falam, porque a única certeza que a gente tem é que a gente dá o nosso máximo no treino, na competição, mas nem sempre a gente vai sair com a vitória. Mas eu me senti aliviada por mim mesmo, de realizar meu sonho, de conseguir dar essa realidade para a minha família, para o meu treinador que sempre acreditou em mim.
Boteco – Em relação ao clima da Vila Olímpica, o que você viu de curioso?
Rafaela – A gente não ficou na Vila, ficamos em Mangaratiba, aí só depois que teve a competição que ficamos na Vila, mas eu saía de manhã para dar entrevista e só voltava de madrugada, já tava tudo fechado, então não acompanhei muita coisa na Vila.
Boteco – Ficou com vontade de conhecer algum ídolo?
Rafaela – A gente passa por alguns, mas como está todo mundo em período de competição, a gente não tem muito contato, porque eu estou vindo de uma competição, tô feliz com minha medalha, mas o atleta ainda está concentrado na medalha dele, então a gente procura não pegar, incomodar as pessoas, porque a próxima Olimpíada é daqui quatro anos e a gente não sabe nem se vai estar participando, então a gente tenta não incomodar.
Boteco – Mas com quem você queria ter conversado, quem é seu ídolo em outros esportes?
Rafaela – Eu passei pelo Bolt, o apartamento dele era de frente para o restaurante, eu tirei foto com a Simone Biles, da ginástica, que ganhou seis medalhas. São os atletas que eu admiro no esporte.
Boteco – Rafaela Silva volta, no último capítulo de seu bate-papo no Boteco, para abordar curiosidades do impacto gerado na vida pessoal depois da conquista do ouro olímpico, e comentar sobre as coincidências com a nadadora Poliana Okimoto, com quem concorre ao Prêmio Brasil Olímpico.