Os 17,67% de aumento na tarifa de água e esgoto, aprovado em junho e que aumentará a despesa mensal do mogimiriano já a partir deste mês, é considerado alto até na opinião do prefeito Gustavo Stupp (PDT). Ciente de que o reajuste implicará em mais um aumento de despesa do contribuinte local, demonstra contrariedade ao índice, mas que não vê outra maneira de sanar a dificuldade financeira pela qual vive o município atualmente se não aumentar a conta.
“Sinceramente não gostaria que tivesse, mas não tem o que fazer, é necessário. Não existe alternativa neste momento para a gente equacionar isso a não ser com esse reajuste”, admitiu.
Stupp corrobora com a justificativa da Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Ares-PCJ), que, em audiência pública no mês passado na Câmara Municipal, alegou que o aumento na conta de energia elétrica, considerado o grande vilão do reajuste, aliado a investimentos municipais em obras de infraestrutura, ligadas ao setor, e ainda o gasto com componentes químicos utilizados no tratamento da água, contribuem para este cenário: “O custo da energia subiu, o custo do insumo subiu. É difícil lutar contra o aumento sendo que há uma necessidade de aumento real”.
Receita
Stupp alegou que parte da receita é destinada ao pagamento do contrato com o Serviço de Saneamento de Mogi Mirim (Sesamm), concessionária responsável pelo tratamento do esgoto na cidade. A concessão à iniciativa privada do Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae), ainda em análise pelo Executivo, mesmo após aprovação da lei no ano passado, segundo ele, seria uma alternativa para conseguir investimento sem a necessidade de aumentar as contas. “Se a gente não fizer nada com certeza teremos que aumentar tarifa para fazer investimento”, completou.
“Não posso ser egoísta e pensar em reeleição”
Mergulhado em uma enxurrada de críticas vindas de boa parte da população e caminhando para a fase final de seu terceiro ano de mandato à frente da Prefeitura, Stupp afirma no momento não pensar em uma possível reeleição, em 2016, embora o assunto já tenha sido motivo de conversas. “Eu me dissociei deste assunto, até para conseguir trabalhar. Vou pensar lá na frente e olhe lá. Para eu conseguir fazer coisas que são necessárias eu não posso ser egoísta e pensar na minha reeleição, eu tenho que pensar na cidade”, se esquivou.
A possibilidade de voltar a disputar o cargo terá ajuda dos familiares. “Estou avaliando, será uma decisão que vou tomar em conjunto com a minha família. Se eu pensar em reeleição vou pensar egoisticamente, então vou tentar neste momento pensar de uma maneira mais altruísta”, completou.