Mauro Adorno – especial para O POPULAR – I
No bicentenário de Mogi Mirim, o Tiro de Guerra 29, numeração da época, teve uma participação significativa nos eventos comemorativos à data, a exemplo de outras instituições e entidades da cidade. Tão logo os 70 atiradores se apresentaram para cumprir o serviço militar, o sargento Eudes Vieira determinou aos seus comandados a presença em todos os eventos programados pela comissão organizadora, presidida pelo desembargador Odilon da Costa Manso.
Assim, além das tradicionais comemorações do Dia da Pátria, 7 de Setembro, e do Dia da Cidade, 22 de Outubro, em que a fanfarra do TG abria com imponência os desfiles, os atiradores se fizeram presentes em reuniões comemorativas de clubes, como o Rotary e o Lions; em sessão solene da Câmara Municipal; nas comemorações do 9 de Julho, data que marca a Revolução de 32 e se presta homenagem aos pracinhas; e também aos veteranos da 2ª Guerra Mundial.
Na semana do dia 7 de Setembro, naquele ano de 1969, o Tiro de Guerra inovou: montou um Altar da Pátria, em frente à matriz de São José. Ao fundo dele, uma réplica do painel do Grito do Ipiranga, cenário da Independência do Brasil, às margens do Riacho Ipiranga, na capital, célebre tela do pintor Pedro Américo. Em revezamento, os atiradores passaram as 24 horas do dia, durante os sete dias que antecederam o 7 de Setembro, empunhando as tochas, iluminando o Grito do Ipiranga com o Fogo Simbólico da Pátria.
Uma marcante participação do TG no bicentenário foi a homenagem à Mãe Ausente, aquela mulher que partiu do mundo dos vivos, mas deixou seus importantes exemplos. Paulo Jesus Victal do Prado, o Vital do Cartório, explica como foi: “Nós emprestamos um caminhão da Casa Botelho, o decoramos e colocamos um revestimento à sua volta para fazer a surpresa: à noite, com a praça cheia, o revestimento foi descerrado, surgindo ao público uma poltrona vazia, com apenas uma rosa vermelha. Foi emocionante, muita gente chorou”.
A turma de 1950 do Tiro de Guerra vem se reunindo anualmente, há 13 anos, na chácara do atirador Márcio Bueno de Barros, cumprindo um ritual: “Nós rezamos, agradecendo a Deus por estarmos vivos, oramos pelos companheiros que partiram, rememoramos nossas passagens naquele importante ano de nossas vidas e confraternizamos com um churrasco”, diz Márcio. “Nesse ano em que Mogi Mirim comemora seus 250 anos de emancipação político-administrativa, o evento foi aberto às esposas, em uma significativa homenagem à nossa cidade e ao nosso Exército Nacional”, concluiu.
(Continua na próxima edição)
