A professora de balé Livia Gasparini Francisco, que também é sócia-proprietária da Adágio Academia de Dança, localizada no Centro de Mogi Mirim, apresentou seus estudos durante o 2° Seminário de Balé Baby Class e Infantil (ensino da base para o balé para crianças entre 2 e 9 anos), que ocorreu em São Paulo, e teve seu trabalho reconhecido como o melhor. O estudo de Livia tem como tema “A Imagem Mental no Ensino do Balé Clássico para crianças” e, como ela mesmo explicou, se trata de mais um artifício que pode ser utilizado para que outros professores ensinem as crianças sobre o balé e sua prática.
“Tudo para mim tem que ter uma imagem mental. Eu faço analogias para elas entenderem. Então, eu estudei muito o cérebro, tive que estudar o que é uma imagem mental, definir o que é imagem mental, o que é uma imagem corporal, o que é consciência corporal. Por exemplo, cada exercício de balé eu tenho uma analogia ou várias e não precisa ser visual, pode ser imagem sensorial, gustativa, pode ser de audição. Dá para usar os cinco sentidos, e a imagem mental a criança tem que ter vivido isso anteriormente. Então, por exemplo, eu falo que o plié (passo de balé) é como um abridor de vinho, uma coisa desce, mas outra tem que subir ao mesmo tempo. E aí, as crianças não sabiam o que era um abridor de vinho, então eu trouxe, elas pegaram, elas viveram aquilo”.
O seminário no qual Livia foi reconhecida ocorreu entre os dias 15 e 19 de janeiro em São Paulo e foi realizado pela professora Paola Bartolo, que tem um Núcleo de Qualificação e estuda sobre neurociência e psicomotricidade. Livia, que segue a mesma linha de trabalho de Paola, disse que no ano passado teve a oportunidade de fazer um curso com ela, ficando encantada com seu trabalho. Depois, ficou sabendo da oportunidade em realizar o seminário e, neste ano, esteve lá para aprender ainda mais, em um ambiente que mesclou tanto teoria como prática, com o tempo distribuído entre workshops, oficinas pedagógicas e as apresentações dos trabalhos.
“Entrei uma pessoa no seminário e voltei uma professora completamente diferente. Foi mágico, foi bárbaro mesmo. Todo mundo acha que dança é só amor, mas não é. Exige estudo, tem que trabalhar e estudar muito”, frisou Livia.
O estudo sobre Imagens Mentais que a professora Livia apresentou é fruto de um trabalho que vem sendo desenvolvido em sua pós-graduação, com a professora Cynthia Tibeau, sobre dança e consciência corporal, na Estácio de Sá. No seminário, os interessados poderiam enviar seus trabalhos pedagógicos e científicos para serem apresentados. Livia se interessou e enviou o seu, o que seria também uma oportunidade para validar sua defesa para a pós. “Nós éramos em 15 inscritos e quatro seriam selecionados para apresentar os trabalhos para as pessoas inscritas. Fui selecionada para apresentar para 150 professores de balé, que sabem de balé. Na sexta-feira saiu o resultado e dessas quatro, eu ganhei o prêmio de melhor trabalho do seminário”.