Em um evento recente, promovido pelo banco de investimentos Credit Suisse, o empresário Abílio Diniz, um bilionário e que está entre as pessoas mais endinheiradas do país, disse temer que o atual Governo Federal proponha uma reforma tributária no, que ele disse, ser um modelo “Robin Hood”, “que tire dos ricos para dar aos pobres”.
Esta é uma visão bem complexa, mas é impossível, de cara, não imaginar a cena de um bilionário revoltado por ‘só’ poder viajar 20 o invés de 25 vezes a Dubai em um ano enquanto milhões de brasileiros famintos voltam a ter o que comer.
É óbvio que não é uma matemática simples assim e, quando se fala em redução de taxação para os mais pobres e aumento da carga tributária para os mais ricos, a casta atingida por algum tipo de benefício não é a pobre, mas sim a de classe média.
Muitos deles, também empresários. Antes de entrarmos no mérito que desejamos aqui, é importante ressaltar que soa absurdo que pessoas sem uma vida luxuosa paguem 4% do valor venal de um automóvel ‘todo santo ano’, enquanto não existe uma taxação sobre ricaços por suas aeronaves ou navios particulares.
E ainda é muito bom lembrar as manobras que bilionários fazem para seguir ou ficar ainda mais bilionários, como nos casos dos investidores da Americanas e da Ambev, que deram dribles na legislação e causaram rombos que superam a marca dos R$ 30 bilhões.
E as consequências irão atingir o lado fraco da moeda, ou seja, funcionários e pequenos fornecedores. Isto tudo posto, é fundamental que estejamos atentos aos movimentos para uma reforma tributária. Há muito tempo ela é necessária e, em ocorrendo, pode não prejudicar, mas não deve proteger os bilionários. A mudança na tributação deve atingir pessoas comuns.
Donos de lojas, funcionários de fábricas, micro, pequenos e médios empreendedores. Gente que emprega ou que é tem no emprego uma fonte de recursos para sobreviver, não para luxar. Qualquer vento reformista deve soprar em direção a pessoas como a maioria dos mogimirianos, que lutam, em seus próprios negócios ou prestando serviço a outros.
Porque, a partir de uma carga tributária mais justa, sem que o Estado siga forte o suficiente para atender as necessidades gerais da população, é que será possível vermos um país com mais capital, para consumo ou investimento, fazendo com que a roda gire para todos e não para uma minoria abastada.