A relação entre Prefeitura e a Banda Lyra Mojimiriana está estremecida. Em ida ao plenário da Câmara Municipal na noite da última segunda-feira, durante participação na tribuna livre, o maestro Carlos Lima, líder do grupo, comentou sobre o fim do convênio de instrumentos populares, encerrado às escuras no final de janeiro e o atraso do Executivo no repasse municipal à entidade em 2015. Além disso, surpreendeu, afirmando que caso a situação não tenha um desfecho positivo nos próximos meses, os demais convênios com a Prefeitura podem ser rompidos definitivamente e a Lyra se transferir para outra cidade.
Por 15 minutos, o maestro ocupou a tribuna para uma explanação que passou por um resumo do trabalho executado na cidade e seu grau de importância, que atinge níveis estaduais e também internacionais, com o reconhecimento de países como Venezuela, França e Alemanha, o trabalho desenvolvido nas oficinas culturais e um princípio de crise instalado junto à Prefeitura. A relação azedou após o fim do convênio para a aplicação de oficinas de instrumentos populares, formado por guitarra, violão e baixo elétrico, prejudicando mais de 200 alunos. Segundo ele, a Lyra foi avisada em cima da hora e sem receber a informação que as aulas estavam sendo transferidas para a Associação Beneficente José Teixeira Machado (Abtem).
Além do cancelamento repentino do convênio, outros problemas ocasionam a crise entre as partes, agora financeiro. “Este ano não teve um único centavo de repasse, estamos operando no vermelho. A situação é crítica. Podemos chegar à decisão de romper definitivamente em breve”, alertou o maestro.
Problemas
A situação ocasionou no atraso no pagamento de professores, impostos e material de divulgação. Tudo isso e a maneira como foi conduzida a transferência do convênio é motivo de lamentação. “É muito desconfortável a forma como fomos tratados, tentando denegrir a imagem”, ressaltou, em referência aos dados informados pela Prefeitura para justificar a transferência das oficinas para a Abtem. À época, o Executivo informou que a alteração geraria uma economia de R$ 45,5 mil aos cofres públicos, de R$ 195,5 mil fornecidos à Lyra, para R$ 150 mil a nova responsável. Os dados não são verdadeiros, segundo ele.
O maestro afirmou que o desejo é permanecer na cidade, mas que isso depende não apenas do repasse da Prefeitura, mas também da iniciativa privada.