quinta-feira, março 13, 2025
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Responsabilidade nas redes sociais

A velocidade na troca de dados, imagens e textos entre usuários de diferentes partes do mundo proporcionada pela Internet trouxe inúmeros benefícios à população, facilitando e agilizando a comunicação. Com o advento das redes sociais, a comunicação se tornou ainda mais interativa, aproximando pessoas e dinamizando a troca de conhecimento. As informações chegam cada vez mais de forma instantânea aos cidadãos.

Com a tecnologia e popularização dos smartphones, os internautas portam aparelhos celulares que funcionam como máquinas fotográficas, conectadas ao mundo. Qualquer acontecimento é registrado e chega a uma rede em poucos segundos, se disseminando para outras teias. As informações chegam diretamente de usuário a usuário, carregadas de fotografias, com as redes sociais muitas vezes substituindo o papel da imprensa de intermediária na informação.

É nesse ponto que mora o risco de se cair na vala da irresponsabilidade. O papel dos jornalistas, mais do que transmitir dados, é apurar a veracidade, com cautela e responsabilidade. As informações devem ser passadas após uma apuração responsável. A imprensa faz uma seleção, uma espécie de “peneira” do que deve ser transmitido ao público. Nas redes sociais, a peneira inexiste e o cidadão não sabe se está recebendo uma notícia falsa ou verdadeira.

Um exemplo que envolveu Mogi Mirim foi o caso das acusações de estupro contra Júlio César Souza, com um folheto o apontando como um sujeito responsável por dopar garotas. Sem saber se o folheto apresentava uma notícia verdadeira, pessoas disseminaram a informação, correndo o risco de prejudicar a vida de um cidadão. Júlio sofreu ameaças e foi alvo de ofensas. No Guarujá, uma dona de casa morreu após ter sido espancada, em função de boatos surgidos por uma página em rede social em que uma mulher era acusada de sequestrar crianças para utilizá-las em rituais de magia negra, com um retrato falado semelhante ao da vítima.

Outro fator que tem sido registrado é a disseminação de fotografias de acontecimentos trágicos, com teor apelativo. Correntes com disseminações de informações falsas de diversos teores, com intenção de fazer pegadinhas humorísticas, ou mesmo de ludibriar usuários até em questões políticas, também se tornaram comuns.

Ao dar um click, distribuindo fotografias apelativas de tragédias, ou disparando informações sem saber a veracidade, o cidadão ajuda a prejudicar a sociedade, fere sentimentos, deixa a comunidade mal informada e colocar vidas em risco.

A importância da imprensa responsável no atual cenário passa a ser ainda mais importante enquanto detentora da credibilidade das informações transmitidas. As redes sociais devem ser valorizadas como instrumento rico para a comunicação ágil e instantânea, mas é preciso responsabilidade e cuidado no uso para não transformar os benefícios da tecnologia em algo nefasto para a sociedade.

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