Uma retificação em nota explicativa do balanço fiscal do Mogi Mirim, feito pela LAM Auditoria Independente após a reportagem de O Popular ser publicada na quarta-feira, aponta uma dívida maior do clube com presidente Rivaldo Vitor Borba Ferreira em relação ao apresentado no documento original. A dívida com Rivaldo em dezembro de 2013 estava em R$ 6.985.191 e não apenas em R$ 4.511.275, como discriminado anteriormente. O valor de R$ 4.511.275 se refere apenas aos empréstimos a curto prazo. Porém, há ainda o valor de R$ 2.888.958, referente a empréstimos de longo prazo. Com a soma, o débito fica em R$ 6.985.191.
O valor de R$ 2.888.958 já estava no balanço no campo passivo, sem detalhar para quem essa verba seria devida. Segundo explicou o sócio da LAM, Guilherme Pereira Mendes, por regra, os empréstimos feitos com prazo de pagamento maior a 360 dias são discriminados como de longo prazo. O equívoco foi na digitação da auditoria, que se esqueceu de somar os empréstimos a longo prazo no campo em que os empréstimos e financiamentos são discriminados, o que acabou sugerindo uma dívida menor com Rivaldo. “Foi um erro de digitação”, explicou Mendes.
O balanço corrigido foi enviado pela LAM Auditores Independentes na quinta-feira.
Aumenta
Com a retificação, a dívida do Mogi no final de dezembro de 2013 não se aproximou a do fim de 2009, primeiro ano de gestão completa de Rivaldo, como havia observado O Popular, mas teve valor mais próximo ao do último mês de 2010. Com os empréstimos para manutenção do Mogi nos primeiros meses de 2014, a tendência é que a dívida com Rivaldo hoje esteja maior do que R$ 6.985.191. No final de dezembro já estava descontado o abatimento dos valores dos Centros de Treinamento do Mogi Mirim, de Mogi Guaçu e da estrada de Limeira, que passaram para Rivaldo.
Foram abatidos R$ 6.870.000,00, a soma dos CTs, transferidos em setembro e outubro. Há questionamentos de que os valores podem estar subdimensionados, o que já foi colocado pelo empresário Hélio Vasone Júnior, ex-sócio de Rivaldo, e por imobiliárias consultadas por O Popular. Para Vasone, o valor correto seria R$ 12 milhões. Imobiliárias consultadas apontam que o CT de Mogi Guaçu vale de R$ 8 a R$ 10 milhões. Em agosto, antes da transferência, a dívida com Rivaldo estava em R$ 12.560.087.
As transferências dos CTs feriram um compromisso assumido por Rivaldo com a família Barros na fase de transição, quando se comprometeu a preservar o patrimônio e arcar com as despesas do clube.