sábado, abril 19, 2025
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Ricardinho Marangoni Brandão, um brasileiro um pouco croata

Quando o Brasil entrar em campo para a abertura da Copa do Mundo, nesta quinta-feira, às 17h, no Itaquerão, um mogimiriano apresentará um olhar diferente dos demais. Tudo por conta de um sentimento especial nutrido em relação ao adversário, a Croácia, onde viveu entre 2002 e 2004 e se fascinou com o fanatismo futebolístico. Trata-se do empresário Ricardo Marangoni Brandão Bueno, o Ricardinho, que atuou na direção da extinta sede croata da empresa Marangoni e conviveu com as peculiaridades do povo local.

A adaptação foi difícil por aspectos culturais diversos, mas na convivência pessoal e profissional, ser brasileiro era um trunfo. “Na hora de puxar assunto e visitar clientes, havia uma certa vantagem”, reconhece.

O empresário ainda mantém amizades no país e deixou sua marca de forma tão especial que o filho de um casal de amigos croatas foi batizado com o nome de Ricardo, em sua homenagem. “Essas coisas marcam, não tem como”, admite.

O casal já visitou Ricardinho em Mogi Mirim e tentou voltar para a abertura da Copa, mas não conseguiu. Embora com a torcida para o Brasil, Ricardinho tentou encontrar uma antiga camisa da Croácia, pois pretendia enviar para uma costureira produzir uma nova peça, mesclando com a metade do uniforme da seleção brasileira. Ricardinho sempre se atenta aos jogos da Croácia até em outros esportes e a qualquer informação do país. “É um país muito pequeno, conhecia as pequenas cidades. Você se sente um pouco de lá”, conta.

Empresário nutre um carinho especial pela Croácia, onde se impressionou com a paixão do povo pelo futebol. (Foto: arquivo pessoal)
Empresário nutre um carinho especial pela Croácia, onde se impressionou com a paixão do povo pelo futebol. (Foto: Arquivo pessoal)

O fanatismo croata já atormentou sua vida na Copa de 2002, quando chegou ao aeroporto no dia em que a Croácia venceu a Itália por 2 a 1, pela primeira fase. “Eles ficaram todos loucos, saíram para as ruas, eu não conseguia chegar em casa por conta da comemoração”, conta.

Assim como os brasileiros, os croatas assistem a jogos nas ruas e bares, enrolados em bandeiras e tomando cerveja. “Eles bebem demais, depois saem fazendo carreatas, fica uma zona a cidade”, conta, entre risos.

Jogadores da seleção de 1998, terceira colocada na Copa, como Suker e Boban são reverenciados. Por outro lado, Ricardinho lembra que o povo croata não é caloroso, mas sim fechado e patriota, muito em função da guerra contra Bósnia. “O futebol é uma válvula de escape para expressarem esse patriotismo”, observa.

Ricardinho cultiva amizades no país e até inspirou nome de croata, filho de um casal de amigos. (Foto: Arquivo pessoal)
Ricardinho cultiva amizades no país e até inspirou nome de croata, filho de um casal de amigos. (Foto: Arquivo pessoal)

Com os brasileiros, a situação muda. “Via gente de outras culturas, eles sofrem mais. O Brasil tem isso no mundo, transmite amizade. Há uma tolerância maior, até pela imagem. Veem o Brasil como um país de futebol, samba, mulheres bonitas, onde se sabe viver”, destacou.

Os croatas acabam se soltando e conversando sobre futebol, não de forma superficial como o povo de outros países. “Não é igual fala de americano, que só ouviu falar. Os croatas, falam dos brasileiros que jogam nos times de lá, são informados”, compara.

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