sexta-feira, novembro 8, 2024
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Risco associado ao investimento por Thais Silva

Culturalmente, muitos brasileiros ficam receosos quando o assunto é investimento, muito em parte porque têm pouco conhecimento em relação a esse tema. E quando há conhecimento, é algo que tende a ser recente, já que a grande maioria das pessoas não aprendeu na escola sobre noções econômicas e finanças pessoais. Além disso, muitos de nós passamos por uma grande crise econômica na década de 1990, com a inflação chegando a 1476,56% (acumulado ano) e vimos nossos pais e/ou familiares terem suas contas na caderneta de poupança bloqueadas. Motivos esses, mais que suficientes, para reforçar o medo em perder nossas economias, não é mesmo?
É necessário que saibamos que não é possível falarmos de investimento, seja de qualquer tipo, sem que a palavra risco esteja associada. Como no exemplo citado acima, até quando se trata de poupança, um dos mais populares entre os brasileiros, é passível de risco. Mas o que é esse risco? Acredito que você leitor esteja se perguntando. Pois bem, risco, é a chance de algo não sair como o esperado.
Quando se trata de aplicações financeiras, os três principais riscos associados são: liquidez, crédito e mercado. O risco de liquidez está associado à dificuldade que o investidor poderá encontrar para realizar o “ganho”, ou seja, de fazer seu ativo virar dinheiro. Um dos exemplos mais comuns para esse risco seria o seguinte: uma casa tem valor de venda avaliado em R$ 1.000.000.000, porém está à venda há longo tempo e não recebe ofertas de acordo com o que vale. Devido a esse cenário, o proprietário aceita uma proposta inferior, no valor de R$ 600.000, pois precisou de dinheiro para alguma eventualidade. Esse investimento teve uma perda de 40% devido ao risco de liquidez.
Já o risco de mercado está associado a oscilações nos valores dos ativos e consequente desvalorização e/ou valorização do papel. É dividido em duas partes: diversificável e não diversificável. Na primeira, como o próprio nome já diz, o investidor consegue diminuir o risco realizando a diversificação de sua carteira, ou seja, no caso do investimento em ações, comprar ativos de empresas de segmentos diferentes, já apresenta redução do risco em relação à compra de um único papel e/ou de empresas do mesmo segmento. No risco não diversificável, não cabe ao investidor tentar minimizar, já que este está relacionado à economia macro, como, por exemplo: crise econômica global, alta da inflação, corrupção… Algo que foge ao nosso controle.
No risco de crédito, corremos o perigo do não recebimento do principal e/ou dos juros acordados mediante a uma aplicação. Como, por exemplo, no caso de o banco onde possui recursos aplicados, seja em qualquer dos produtos disponíveis (CDB, LCI, LCA, poupança…) “quebrar”, ou seja, não ter como honrar seus pagamentos. Existem alguns investimentos que estão cobertos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito), porém é limitado ao valor de R$ 250.000 por CPF (por pessoa, por instituição financeira, não ultrapassando o limite de R$ 1 milhão de resgate nos últimos 4 anos).
Em artigos anteriores, citei que o risco está sempre associado ao investimento, afinal caminham lado a lado. Ao optar por qualquer que seja o ativo, é necessário que observe, entre outras coisas, quais os riscos associados à aplicação. Lembrando que um ativo sofre a ação de um ou mais riscos. E, ainda, é comum que as aplicações com maior risco associado, possivelmente, tenham maior promessa de rentabilidade. Ou seja, quanto maior o risco, maior a chance de alto retorno, assim como maior a chance de perdas. Espero ter contribuído para o entendimento com relação ao tema. Bons investimentos!

Por Thais Afonso Silva
Formada em Administração CPA-10
thaisafonsonovoa@hotmail.com

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