A revelação do ex-vice-presidente do Mogi Mirim Esporte Clube, Wilson Bonetti, de que o ex-presidente Rivaldo Ferreira, recebia em sua conta pessoal valores relativos a um contrato do clube com a Zeromax GMBH, do Uzbequistão, que investia no Bunyodkor, foi negada pelo craque em sua defesa enviada à Justiça. A defesa garante que nenhum valor do Mogi foi pago a Rivaldo e coloca que o craque recebeu da Zeromax apenas valores referentes ao seu contrato de emprego com o Bunyodkor e respectivos salários.
Representado pelo advogado Betellen Dante Ferreira, Rivaldo pede à Justiça que seja expedido oficio ao Banco do Brasil para esclarecer a natureza dos valores pagos pela Zeromax.
O posicionamento de Rivaldo está inserido nos trâmites da ação de antigos associados que buscam anular a transferência dos Centros de Treinamento do clube para o ex-presidente. Como co-réu no processo, Bonetti havia feito a revelação em parte de sua defesa.
Rivaldo admitiu a existência do contrato entre o Mogi Mirim e a Zeromax GMBH, mas negou que os valores previstos tenham sido depositados em sua conta.
Pelo contrato, o Mogi receberia uma verba em troca de 50% dos direitos econômicos de jogadores que fossem negociados. Segundo Bonetti, cerca de R$ 3,4 milhões referentes ao contrato entraram na conta do ex-presidente. O ex-vice-presidente apontou que os recursos previstos pela parceria motivaram Rivaldo a se comprometer a não dilapidar o patrimônio do clube. Rivaldo lembra que o contrato foi firmado em julho de 2009, mas rescindido em agosto de 2010 pelo fato de a empresa não ter cumprido o combinado e os pagamentos prometidos.
A defesa de Rivaldo diz que os poucos valores pagos pela Zeromax foram feitos neste período de pouco mais de um ano e, principalmente, na conta do Mogi. A utilização do termo principalmente não é acompanhada de explicação sobre em qual outra conta poderia ter sido feito o repasse de outros valores.
Provas
Autores da ação que busca anular a transferência dos CTs, associados antigos buscam produzir provas referentes à revelação de Bonetti e, para tanto, entraram com uma petição solicitando a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Rivaldo, por considerarem que as práticas podem configurar crimes de apropriação indébita e estelionato.