sexta-feira, novembro 22, 2024
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Rivaldo afirma que Wilson Bonetti não tinha procuração

Em declaração surpreendente, o presidente do Mogi Mirim, Rivaldo Ferreira, revelou que o ex-vice-presidente Wilson Bonetti não tinha procuração em outubro de 2008 para representá-lo em acordo na transição de comando. Por este motivo, a assinatura de Bonetti como procurador no contrato em que se compromete a preservar o patrimônio do Mogi não teria validade. A revelação foi feita em reunião com jornais da cidade. No termo, Bonetti reconhece a competência legal para assinatura.

O termo abriu caminho para Rivaldo assumir o controle do Mogi, pois a família Barros pretendia terceirizar o futebol, o desvinculando da associação para não correr o risco de dívidas colocarem o patrimônio em risco. Porém, com o termo e o pagamento de R$ 1,8 milhão por Rivaldo para acertar dívidas do clube com a família Barros, a transição ocorreu. O termo foi assinado em 9 de outubro de 2008 e a passagem de comando foi no dia 23. Bonetti foi eleito vice-presidente e representava Rivaldo no clube, pois o presidente estava atuando no exterior. A transferência dos CTs para Rivaldo foi feita por Bonetti enquanto presidente em exercício do Mogi, ou seja, pelo mesmo dirigente que havia assinado o termo.

Por outro lado, Rivaldo mostrou atas de reuniões antigas em que estavam autorizadas as vendas de bens, especificamente apartamentos e do CT da estrada de Limeira. Nos documentos o CT de Mogi Guaçu não tinha a venda especificamente autorizada pela antiga gestão. Rivaldo mostrou que apartamentos já haviam sido vendidos na Era Barros, o que O Popular havia publicado em matéria especial de 2012.

A justificativa para autorizar a venda do CT de Limeira em 1998 foi o custo de manutenção e por não estar sendo usada após a aquisição do CT de Mogi Guaçu. Já a venda de cinco apartamentos foi autorizada em 2002 para reforçar o caixa. Na ocasião o clube contava com 23 apartamentos. Pela mesma razão, outra ata em 2002 liberava a venda de 14 apartamentos. Em setembro de 2008, pouco antes da transição para Rivaldo, foi autorizada a venda de três apartamentos.

Para esclarecimentos, Rivaldo expôs uma série de documentos. (Foto: Divulgação Assessoria MMEC)
Para esclarecimentos, Rivaldo expôs uma série de documentos. (Foto: Divulgação Assessoria MMEC)

Desculpas

Rivaldo reuniu representantes dos jornais O Popular e O Impacto na noite de terça-feira e pediu desculpas pelas manifestações contra a imprensa, que atingiram os leitores, torcedores do Sapo. A Comarca se reuniu com Rivaldo na quarta-feira. O dirigente disse que tem feito encontros com torcedores. Rivaldo admitiu estar desmotivado, tendo a intenção de esclarecer a verdade e, depois de cumprir os compromissos, deixar a presidência. Segundo a assessoria do Mogi, seria um pensamento a longo prazo, no sentido de não ter a intenção de se eternizar no clube. Em nota, Rivaldo diz querer a continuidade e sucesso do Mogi, mas a garantia de permanência é até o fim da Série C.

Advogado cita Teoria da Aparência no Caso Bonetti

O advogado Aluísio Cortez, um dos fundadores da Mancha Vermelha, que integra um grupo que prepara uma ação para tentar anular a transferência dos CTs, garante não modificar os argumentos de sua base o fato de Rivaldo alegar que Wilson Bonetti não tinha procuração para o acordo.

Para Cortez, Rivaldo na prática chama Bonetti a se manifestar, em função da responsabilidade jurídica de sua assinatura, que pode trazer consequências a Wilson dependendo da alegação.

A dúvida é se Bonetti teria agido ou não de má fé e se teria havido ou não consentimento de Rivaldo no que poderia ser uma manobra conjunta do grupo.

Porém, para Cortez, o fato de não ter a procuração assinada não invalida juridicamente o negócio e cita a Teoria da Aparência. “Era público que ele fazia a função de procurador, o negócio foi convalidado, o Bonetti sempre foi procurador dele há muito tempo, e o Rivaldo não estava aí”, comenta Cortez, em alusão ao fato de Rivaldo na época jogar no Uzbequistão. “Mas ele tem os argumentos dele, a gente tem os nossos, o juiz é que vai decidir”, resume.

Em relação aos antigos documentos permitindo vender apartamentos e o CT de Limeira, Cortez entende que o termo revoga esse direito e foi assinado justamente para impor limites. Cortez revelou que a representação preparada para o Ministério Público está em fase de conclusão.

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