Ao menosprezar a importância dos jornais de Mogi Mirim, com discurso carregado de arrogância, dizendo que as informações não saem da esquina por atingirem baixo público, o presidente do Mogi Mirim, Rivaldo Ferreira, volta a desrespeitar a comunidade e escancara uma faceta cada vez mais sobressalente, a de contraditório. As atitudes não concatenam com as palavras.
Rivaldo diz não se preocupar com o que é publicado, mas proíbe o acesso dos repórteres. Se realmente não se preocupasse, não se “rebaixaria” a protagonizar patéticas cenas de apontar o dedo a profissionais e, destemperado, disparar uma metralhadora verbal de provocações.
Ao rebaixar os jornais, um dos meios responsáveis por informar a cidade, Rivaldo atinge os leitores, muitos deles torcedores. Ao se colocar na posição de um ex-melhor do mundo que não dá importância para o que não sai da esquina, menospreza a cidade, a “esquina” de onde surgiu. O estatuto do clube preceitua estimular entre a comunidade as atividades esportivas. Rivaldo faz o contrário: provoca, ofende e desestimula.
Rivaldo tem razão quando defende que a imprensa deveria acompanhar os jogos fora da cidade. Perde a razão quando associa esse fator ao fechamento dos treinos e proibição de entrevistas, em uma espécie de birra infantil que contribui para isolar o Mogi. Rivaldo, que diz que a imprensa publica mentiras, não faz a gestão transparente na comunicação das motivações da censura. A proibição foi comunicada dois dias após os jornais publicarem a transferência dos CTs a Rivaldo. A justificativa foi manter o foco dos jogadores.
Outra faceta que vem sendo escancarada é a de carência de reconhecimento. Após não ser citado por Galvão Bueno, desabafou que não precisava do reconhecimento do narrador. Novamente, a contradição de alguém que aparenta gostar de ser bajulado, ainda vivendo do passado. Rivaldo gosta de dizer ser respeitado em todo o mundo. Um respeito conquistado pelos pés e não pela boca.
Rivaldo chama os jornais de mentirosos, mas coleciona episódios em que desonrou a palavra. Se não mentiu, não se preocupou em honrar o assumido. Foi assim quando vendeu carnês prometendo jogar pelo Mogi ou quando se comprometeu a preservar o patrimônio do time para poder assumir o comando. Foi assim quando disse que sairia se não arrumasse um parceiro até o fim de maio. Rivaldo diz que ainda não conseguiu, mas segue no clube, após usar os jornais que para ele “não valem nada” para buscar investidores com a ameaça de que iria embora se não conseguisse.
Rivaldo diz estar acostumado com pressão, mas as atitudes destemperadas insinuam um descontrole. Talvez não esteja suportando a pressão como administrador, o que dominava com maestria na época de atleta, pois ali sim estava seu dom.