sábado, novembro 23, 2024
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Rivaldo, da incompetência aos inaceitáveis impropérios

Rivaldo Vitor Borba Ferreira é incompetente. Pelo menos para dar continuidade a um projeto mogimiriano de décadas: ascender o Mogi Mirim Esporte Clube à primeira divisão do Campeonato Paulista, mantê-lo na competição e alçar voos mais altos no Campeonato Brasileiro. Escrevo na condição de mogimiriano, estarrecido com a reportagem que o dirigente concedeu ao jornal “O Popular”, em sua edição de quarta-feira, 14.

Ao dizer que é incompetente para o desempenho da função, não posso deixar de citar que existem inúmeros clubes disputando campeonatos regionais e, se não alcançam posições mais destacadas, também não disparam impropérios aos seus cidadãos, desrespeitando-os. Estou falando do povo de uma cidade bicentenária. Rivaldo, sem sombras de dúvidas, foi competente no gramado, excelente jogador, despontado na equipe local.

A infelicidade do nordestino foi muito grande ao colocar “Eu gosto do Mogi muito mais do que as pessoas de Mogi”. Em primeiro lugar, é bom que se diga que o clube sempre se fechou à comunidade, composto de um quadro de associados restrito, com a presença de familiares dos dirigentes nos postos de comando. Manteve, por décadas, uma administração voltada ao mercantilismo, revelando e vendendo jogadores. Rivaldo foi um deles.

A verdade é que o atleta aposentado não assumiu a equipe pelo amor à cidade. Se assim o fosse, não teria abandonado o Mogi para jogar no São Paulo, uma verdadeira traição, depois de usar seu nome em publicidade, garantindo sua presença na equipe vermelhinha. Quando voltou, já velho para o futebol, seu desempenho deixou a desejar.

Rivaldo pede dinheiro à população, numa tentativa de mascarar sua falta de capacidade em desenvolver projetos e alavancar recursos de diversas fontes. Em nossos dias, os clubes vivem de parcerias e com certeza, com boas exibições, o torcedor voltaria ao estádio. Talvez não vá até em protesto por não saber o que ocorre nos bastidores. Deveria o dirigente fazer um balanço detalhado das finanças do clube e apresentar os dados à comunidade. Enfim, acabar com a chamada “caixa preta”.

O interessante na vida de Rivaldo é que aparentemente o clube ruiu – ou está ruindo – a partir do momento em que ele começou a administrá-lo. Perdeu assessores que mantinham seus negócios e seu próprio nome em evidência e, agora, sozinho, curte o insucesso e joga a carga sobre os mogimirianos.

A ausência do público no estádio se deve ao desempenho da equipe e à mágoa da população na condução do Mogi, como o nome usurpado do saudoso “Vail Chaves” para atender à vaidade do próprio dirigente. Rivaldo, de minha parte, tem passaporte para voltar à sua terra de origem. Mas, que não leve na bagagem o patrimônio do clube, uma propriedade de todos nós, verdadeiros mogimirianos.

Maurinho Adorno é jornalista. 

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