Há aproximadamente 15 dias, o presidente do Mogi Mirim, Rivaldo Ferreira se reuniu com o ex-presidente do Conselho Deliberativo na Era Barros, Hélcio Luiz Adorno, o Luizinho, e o ex-gerente de futebol, Henrique Stort, que integram um grupo disposto a entrar na Justiça em busca da devolução dos Centros de Treinamento (CTs), hoje em posse do ex-craque, ao clube. Realizada na residência do ex-dirigente Marcos Barros, o Marquinhos, filho de Wilson Barros, sem divulgação à imprensa, a reunião ainda teve a presença do advogado de Rivaldo, Bettelen Dante Ferreira, e do primeiro tesoureiro Marcelo Garcia. A devolução dos CTs, que foram transferidos para Rivaldo como forma de acertar dívidas do clube com o ex-jogador, esteve entre os temas da reunião.
A iniciativa do encontro, que não tem os detalhes revelados pelas partes, mas teria tido clima tenso, foi de Rivaldo. Stort definiu a reunião como uma tentativa de um consenso em benefício do Mogi. “Só houve a reunião pela boa vontade das duas partes. Estamos tentando que dê certo a permanência do Rivaldo e a volta do CT ao Mogi”, definiu, garantindo que seu grupo não abre mão da devolução dos CTs.
Luizinho evita falar em reunião, explicando que Rivaldo é quem deve falar sobre o assunto. Segundo o ex-dirigente, foi apenas uma conversa inicial e há uma expectativa de se observar o que será proposto por Rivaldo, mas garante que a ideia de acionar a Justiça permanece de pé. “Foi uma reunião para o bem do Mogi”, resumiu.
Bettelen explica que a reunião teve o mesmo objetivo de outras realizadas com torcedores e integrantes da imprensa, com intuito de aproximação. Segundo o advogado, não se foi discutido acordo até pelo entendimento de que o Mogi não fez nada de errado. “Possivelmente vamos voltar a conversar. Foi mais uma aproximação. Nesse furdunço todo, todo mundo acaba perdendo principalmente o Mogi. As conversas foram boas”, comentou, lembrando que um dos objetivos é blindar os jogadores para não prejudicar a equipe em campo, o que tem surtido resultado.
Segundo o advogado, a possibilidade de devolver os CTs, desejada por ex-dirigentes, não está totalmente descartada. Porém, em princípio, a hipótese é desconsiderada. A devolução teria que envolver um ressarcimento a Rivaldo e a definição da continuidade do clube. Uma hipótese seria a saída de Rivaldo e a sucessão por outro grupo. Por outro lado, o advogado destaca não haver um posicionamento definido sobre o tema e lembrou que o acesso à Série B do Brasileiro pode servir como motivação para a permanência de Rivaldo, que está mais animado com a boa fase do time. “Hoje a possibilidade de ele continuar é muito maior do que há duas semanas atrás”, garantiu.
A representação ao Ministério Público pelo grupo que deseja o resgate dos CTs estaria aguardando ainda alguns detalhes para ser finalizada. Havia ainda uma tênue esperança de uma devolução espontânea por Rivaldo.