Em outubro de 2008, quando um termo de compromisso foi assinado com a família Barros para garantia da preservação do patrimônio do Mogi Mirim, Wilson Bonetti declarou em frase divulgada no jornal O POPULAR da época que não tomava nenhuma decisão sem o consentimento de Rivaldo Ferreira. A declaração foi publicada no contexto de que Rivaldo jogava no Bunyodkor, do Uzbequistão, e Bonetti servia como seu representante em Mogi Mirim, o que se seguiria na administração do clube. “Não tomo nenhuma decisão sem o consentimento do Rivaldo”, disse Bonetti, à época.
O termo de acordo foi assinado por representantes da família Barros e por Bonetti, como procurador de Rivaldo, assumindo a competência legal para representá-lo. Porém, Rivaldo declarou que, além de não ter fechado ou concordado com o acordo, Bonetti não tinha procuração para assinar o termo. O presidente afirma que apenas aceitou pagar a dívida do clube com a família Barros.
Após sacramentar o termo em reunião no dia 9 de outubro, uma quinta-feira, foi revelado que o acerto enfim definido aguardou uma palavra final de Rivaldo a Bonetti, o que foi dada dias antes, no dia 4, sábado, por telefone. Era preciso aguardar uma decisão de Rivaldo para sacramentar o acordo que garantiria a passagem da administração Barros para a nova gestão. Após o termo, no dia 23, houve a passagem de comando, com eleição de Rivaldo.
O POPULAR abordou Bonetti no domingo, após o jogo em que atuou pelo Clube Mogiano na Copa Veteranos, mas o ex-dirigente se recusou a falar. Bonetti apontou que futuramente pode se manifestar. “Eu falo só na hora certa”, avisou.
Rivaldo evita falar em Bonetti
Procurado por O Popular no domingo para manifestar seu pensamento em relação ao fato de Wilson Bonetti ter assinado um termo em seu nome e sem o seu consentimento, como alega, Rivaldo preferiu evitar o assunto para não instigar mais polêmicas. Questionado se o fato de ter assinado o termo pesou para a decisão de tirar Bonetti da diretoria do Mogi Mirim, Rivaldo deixou claro que a saída ocorreu por questões particulares, não vinculando as situações. Perguntado se se sentiu traído pelo termo, disse que não iria comentar, pois seria provocar Bonetti. Por outro lado, questionou que se o termo fosse correto deveria estar na ata do clube.
O documento estava na posse de ex-dirigentes que participaram da reunião como o ex-presidente do Conselho Deliberativo na Era Barros, Hélcio Luiz Adorno, o Luizinho. Como não estava registrado em ata junto com documentações do clube, Rivaldo se viu livre para se ressarcir dos investimentos feitos transferindo os CTs para seu nome, além de vender apartamentos. A venda dos apartamentos e do CT de Limeira já estava autorizada pela antiga gestão, conforme atas. Já a venda do CT de Mogi Guaçu foi autorizada na atual administração.
Rivaldo ainda reclamou de haver um foco no CTs quando se fala em patrimônio. E lembrou considerar que jogadores e conquistas também fazem parte do patrimônio de um clube.