Defendendo um discurso conciliatório, embora não abra mão da devolução dos Centros de Treinamento do Mogi Mirim, o ex-presidente do Conselho Deliberativo do clube, Hélcio Luiz Adorno, o Luizinho, contou que o presidente Rivaldo Ferreira prometeu devolver os CTs em reunião realizada em agosto, na residência do ex-dirigente Marcos Barros, o Marquinhos, filho de Wilson Barros. A promessa estaria relacionada à transferência do futebol para outro investidor, o que seria facilitado com o acesso à Série B. A mudança de gestão seria mediante pagamento, como forma de ressarcimento pelos empréstimos feitos pelo ex-jogador ao Mogi. Rivaldo receberia a verba e devolveria os CTs ao clube.
No entanto, o advogado de Rivaldo, Bettelen Dante Ferreira, que participou da reunião, nega a promessa de devolução. “Não ficou prometido e nem tinha porque ficar”, afirmou, revelando ter havido interesses de parcerias, mas nada foi fechado.
Na reunião, Luizinho conta ter sido comentado que com o Mogi na Série C, o valor cobrado dos investidores seria de R$ 10 milhões. Na Série B, R$ 20 milhões. Bettelen não fala em valores por se tratar de assunto interno.
Diante do acesso, Luizinho aguardava uma resposta e quer um posicionamento após o dirigente ter divulgado um texto em que busca um investidor. Luizinho tenta uma decisão amigável, mas diz que se os CTs não forem devolvidos, entrará na Justiça, em conjunto com outros nomes que apóiam a ideia para buscar a anulação da transferência. A ação já está delineada. “Não é uma ameaça, se ele quiser tirar o que ele pôs e deixar o CT, está zerado. Mas temos até que louvar a posição dele de responder até a transmissão”, ponderou.
Os CTs foram transferidos a Rivaldo como forma de pagamento de dívidas do clube com o ex-jogador, o que feriu um termo de compromisso assinado quando o atual presidente recebeu a gestão da família Barros. O termo foi formulado por Luizinho, representando a Barros, e assinado pelo então representante de Rivaldo, Wilson Bonetti, assumindo em nome do presidente o compromisso de preservar o patrimônio do Mogi. No entanto, Rivaldo disse que desconhecia o acordo e que Bonetti não tinha autorização para assumir compromisso em seu nome. Caso não houvesse o acordo, a família Barros não teria feito a transferência da gestão para Rivaldo.