Outono, folhas amareladas sobre as calçadas, mas na moda a tendência é diferente, com tonalidades mais fechadas, peças mais pesadas e sapatos que fogem à regra dos brasileiros e dão um toque mais europeu à moda. Inspirada no estilo folk (mescla do hippie, indiano e até o country) e no rock, um clássico sempre, essa é a tendência outono inverno 2014, presente nas vitrines principalmente das grandes lojas, e que reinventa o jeito de ser de muitas pessoas, que acabam aderindo à moda.
“A influência vem sempre da Europa, o Brasil não tem know-how para o inverno então se inspira lá, mas são modelos com tecidos mais leves e que segue somente as estamparias do inverno”, destacou o consultor de imagem, Marcos Lemes, que também tem loja há aproximadamente 20 anos.
Apesar de os chapéus, tachas, franjas, coletes, caveiras, botas pesadas, correntes e o xadrez ditarem a moda neste outono-inverno, Marcos explica que não são todas as pessoas que apostam na tendência e acabam alterando o visual. No entanto, ele explica que se houver a identificação com a peça ou com uma personalidade que faz uso daquilo as pessoas acabam aderindo e, em muitos casos, até deixando de lado o significado de uma caveira, por exemplo, que talvez nem goste muito, para aderir à moda. “É eliminar o significado, desconsiderá-lo para pertencer a determinado grupo, para não se sentir desinformado, mas ela só irá adquirir a peça se se identificar”, frisou. Outro exemplo que poderia ser citado sobre a eliminação do significado é o uso dos terços no pescoço, tendência presente entre os adolescentes, principalmente.
Até chegar às lojas as tendências seguem um caminho comum a todas, que é notar aquilo que está nas ruas ou usual entre os grupos para, posteriormente, lançar a moda. “Na moda geralmente esse é o caminho, um estilo ou comportamento ou tendência é notada em pequenos grupos de trendsetters (formadores de opinião), então isso é incorporado ao mainstream (ou seja, adicionado na cultura de massa)”, explicou o design de moda, Cainã Improta Ferreira.
“Então essa tendência vai se diluindo. Muitas vezem as pessoas nem sabem o porquê estão comprando uma roupa com tachinhas, mas como ‘está na moda’ ela não quer fazer parte dos que não tem, ela quer se sentir incluída”, disse.
Mas, se sentir incluído também não é problema algum, já que hoje a moda permite! “Desde que ela se identifique com aquilo vale. Ou seja, na moda vale tudo hoje em dia, o mercado é muito grande. Mas a grande questão é a pessoa conhecer seu corpo para saber usar as peças a seu favor e saber o que usar a cada ocasião”, disse o Marcos Lemes.
