segunda-feira, abril 21, 2025
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Ronaldo Guerreiro recorda título em grande decisão, há 30 anos

No terceiro capítulo de suas histórias, Ronaldo Guerreiro recorda o título conquistado pelo Panela, com o nome de Supermercado Lavapés, na decisão do Campeonato Aberto de Futebol de Salão (Cafs) contra o badalado Champions Clube.

Boteco – Como eram os confrontos contra o Champions Club?

Ronaldo – Dia 8 de junho, fez 30 anos que nós fizemos uma final contra o Champions Club. Esse já não tinha mais o Tubarão, que parou, e o Xexa também. Aí entrou o Vitor Coppi, o Vitor Mandi.

Boteco – No gol, quem entrou?

Ronaldo – O Fernandão Guerino, do Tucura.

Boteco – O que você lembra desta final?

Ronaldo – Nossa, essa final foi de matar os nervos, a gente era bem mais velho, eu tô com 60, eu tava com 30. Já tinha o Tubarão parado, não tava mais com o nome de Panela. Champion Clube veio disputar aqui. E este campeonato, no comecinho, tomei uma pancada, não sei como não quebrei o pé. Fiquei o resto do campeonato cuidando, voltei só no finzinho, fora de forma, não consegui pegar o ritmo. Nisso eu resolvi jogar na frente. Porque pra conseguir marcar essa meninada… Aí o Vitor foi pra trás e eu com o Zirda na frente. Teve o primeiro jogo, o Vitor era encrenqueiro, começou a reclamar, nós tomamos um gol, ele começou a querer jogar a culpa em mim. Alemão tava de técnico. Eu falei: “Alemão, pode tirar. Tô fora de forma”. Comecinho do jogo, eu já saí. Mas no fim, fechou uma briga com o pessoal do Guaçu em cima de juiz, o jogo não acabou, eles estavam ganhando. Daí anulou. Não valeu o jogo. Teve outro na sexta-feira. Aí eu falei pro Alemão: vou ficar na reserva. Hoje é meu amigão (o Vitor). Daí começou, o Gualberto machucou, eu entrei. Aí já ficou outra vez eu e o Zirda na frente. Daí foi 2 a 2, eu fiz os dois gols do Lavapés. Aí na outra sexta teve o segundo jogo. Foi 3 a 3, eu fiz os 3 também.

Ronaldo Guerreiro (à direita) com o troféu de campeão do Campeonato Aberto de Futebol de Salão de 1988. (Foto: Arquivo Pessoal)

Boteco – Você crescia nas decisões?

Ronaldo – Ah, eu gostava, gostava de todos os jogos, decisão mais ainda, lutava-se mais, era mais difícil. Aí foi o último, se empatasse, era prorrogação e pênalti. Também 2 a 2. Fiz os 2 também.

Boteco – Só você fazia?

Ronaldo – Todos os jogos, 7 gols, eu fiz os sete. O último gol, tava acabando, teve uma falta, eles pediram tempo, faltavam uns segundos. E a torcida deles era bem maior que a nossa, pessoal da Champion vinha em peso. E aí começa: “é campeão, é campeão”. Tava 2 a 1. E eu escutando. Vamos ver.

Boteco – Isso te deixou com mais raiva?

Ronaldo – Com mais gana, né? Não posso perder, pelo amor de Deus. Aí foi uma falta na linha de fundo. O Zirda ficou na bola e eu um pouco mais pra cá, pra ter um pouco de ângulo. O Zirda rolou, eu bati, fiz o gol de empate. Foi pra prorrogação e no finzinho, o Zirda fez um p… gol. Bola pro Zirda no meio. Ele protegeu, já virou e bateu. Aquelas coisas dele: “eu tô morto, eu tô morto”.

Boteco – Ele falava?
Ronaldo – Começa o jogo, ele começa a falar isso, tô morto. Aí ele virou, pum no canto, 3 a 2. Aí aguentamos até o fim. 30 anos isso. Encontrei com o Eder (do Champion) outro dia.

Boteco – Vocês pensaram em fazer algum jogo?
Ronaldo – Ah, jogo acho que não, pensamos em fazer churrasco, cerveja (risos)… Jogo não dá mais.

Boteco – Ronaldo volta para contar episódios divertidos, como a ida para um jogo direto de uma viagem a Ubatuba.

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