A Guarda Civil Municipal de Mogi Mirim completou 60 anos em 2020. Nestas seis décadas de história, é cada vez mais forte a presença da mulher. Aliás, elas não só estão lá. Elas estão cada vez mais com voz de comando. E como isso é bom… Sonia Helena Signorelli e Rosa Aparecida Nolli estão entre as referências dentro da GCM.
Elas estão entre aquelas que podem ser chamadas de “a primeira mulher…”. É claro que este destaque a uma mulher que se torna a primeira em algo precisa acabar logo. Afinal, significará que elas estão em todos os lugares que querem estar. Mas ainda não é essa a realidade, portanto, vamos às histórias das nossas pioneiras.
Rosa é filha de Antonio Nolli e Lourdes Lobato Nolli. Casada com Fernando Rocha Lopes de Sá, tem dois filhos. Felipe, de 13 anos, e Rafael, de 10. Atualmente cursando à distância tecnólogo em Segurança Pública, pela Unifavest, ela ingressou na GCM em 18 de maio de 1994. Mas, antes, teve outras experiências. “Comecei a trabalhar com 14 anos, na São Paulo Alpargatas S/A e no Sítio Ven Flor, de plantio de flores, que pertence aos holandeses”, contou.
Já na Guarda, são inúmeras as atuações. “Comecei trabalhando no período noturno no Pronto Socorro da Santa Casa, mas já desempenhei várias funções e postos, como Zona Azul e Paço Municipal, Escola Municipal CAIC, UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e CEM (Cnetro de Especialidades Médicas)”.
Depois de alguns anos começou a trabalhar em viatura. Na época que entrei na GCM, apoiávamos a Polícia Civil nas revistas das mulheres que visitavam as pessoas presas na Cadeia Púbica. Também já acompanhei a Polícia Civil em escolta de presos em outras cidades, participei de vários flagrantes, apoio ao Conselho Tutelar, apoio aos oficiais de Justiça e no Fórum como segurança, entre outras funções”, elencou.
Desde o ano passado, também passou a prestar apoio à Vigilância Sanitária e à Fiscalização, devido à Covid-19. Porém, perto dos 27 anos de serviços prestados à população, Rosa se tornou a primeira mulher a ser chefe de equipe na GCM. “É um sentimento de gratidão. Agradecer a Deus por tudo e agradecer a oportunidade dada pelo atual secretário municipal de Segurança, o Sr. Luiz Carlos Pinto, pelo reconhecimento e confiança”.
Rosa destacou as diferenças que já sente entre a antiga rotina e a atual. “Trabalhar como integrante da equipe significa resolver as ocorrências passadas para a sua guarnição pela central e outros serviços passados pelo supervisor. Já como chefe da equipe é preciso administrar e acompanhar cada ocorrência ou serviço prestado e tomar as providências necessárias para a resolução das ocorrências”, destacou.
Ela celebrou o fato de as mulheres ganharem cada vez mais espaço na corporação. “Vejo pelo lado positivo. As mulheres são capazes de realizar todas as funções existentes na GCM. Fico feliz pelas novas oportunidades destinadas à nossa categoria”. Sob o lema “Protetor e Amigo”, ela tem entre as companheiras de farda Sonia Helena Signorelli, mais conhecida pelo segundo nome.
Helena nasceu em Mogi Guaçu e é filha de Dorival Roberto Signorelli e Maria Alzira Luciano Signorelli. Casada com Leandro Rodrigues Correa, ela é mãe de Leonardo, de 20 anos, e Giovani, de 17 anos. Mesclando a rotina pessoal e profissional aos estudos, ela foi admitida em 30 de julho de 2018, depois de ter atuado em uma fábrica de peças automotivas e fazer monitoramento em um supermercado. Na GCM, ocupou as funções de rádio patrulha, ronda escolar e posto fixo.
Agora, ela é a primeira mulher a compor uma equipe da Romu, a respeitada Ronda Ostensiva Municipal. “O sentimento de ser a primeira mulher a integrar uma equipe de Romu é indescritível. Batalhei muito para entrar na GCM e agora, com essa nova Administração, me foi dada esta oportunidade de poder trabalhar em uma equipe especializada e assim mostrar meus serviços em prol da segurança da população”, contou.
Helena afirmou que a principal diferença entre o trabalho na rádio patrulha e na Romu é que, na Romu, além dos serviços de praxe da GCM, também presta apoio às demais viaturas em ocorrências mais complexas. “E atuamos de maneira mais ostensiva no combate à criminalidade, num patrulhamento tático especializado, para a proteção sistêmica da população”.
Em meio às conquistas que a ala feminina tem celebrado na GCM, Helena se mostra feliz, mas faz ponderações em busca de mais equiparação. “Vejo como um grande avanço o fato de as mulheres estarem ganhando espaço na área da segurança pública. Mas acredito que precisa ser revista a cota dedicada ao sexo feminino nos concursos, pois, assim, o número de mulheres atuando nessa área seria maior”.
No seu caso, batalhou por anos para conseguir realizar o sonho de trabalhar na GCM. Foram anos persistindo em concursos em que passou na maioria, porém, devido à pequena quantidade de vagas dedicadas às mulheres, não era chamada. “Hoje, além de trabalhar na GCM, graças à visão diferenciada que a atual Administração tem a respeito da mulher, tenho essa honra de ser a primeira mulher a integrar uma equipe de Romu. E desempenho minhas funções com muita dedicação, provando que a mulher também é capaz. Só precisamos de oportunidades”. Disto não há dúvida, Helena. Ela e Rosa são exemplos, entre tantas outras integrantes da corporação, de que lugar de mulher é onde ela quiser.