O roubo da motoniveladora, equipamento crucial para o trabalho da Secretaria de Agricultura, trouxe um prejuízo de proporções quilométricas para a pasta municipal. Literalmente. Roubada em 5 de outubro, na Estrada Sétimo Biazotto, zona Rural de Mogi Mirim, a perda da moto, apresentada pela Prefeitura em julho, com direito à exibição pública na Praça Rui Barbosa, no Centro, alterou o planejamento da secretaria, prejudicou os serviços antes realizados e suspendeu as centenas de melhorias em estradas rurais e vias urbanas.
A estimativa é de que cerca de 130 quilômetros de estradas, na região do Aeroporto Municipal, na Estrada da Cachoeira, no Bairro Brumado e no Distrito de Martim Francisco, deixaram de ser realizadas. Mais do que isso. Um problema na transmissão de outra motoniveladora, parte da frota da pasta, surgido na sequência ao roubo, fez com que a Agricultura, de três, passasse a contar com apenas uma máquina, de propriedade do Consórcio Intermunicipal Cemmil Pró-Estrada, prestador de serviço do Executivo, deixando o cenário ainda mais problemático.
Ao O POPULAR, o secretário de Agricultura Valdir Biazotto e o técnico agrícola e chefe de equipe Alexandre Vitorino de Moraes explicaram que, no momento, a pasta trabalha na correção de problemas pontuais, considerados críticos, em vias urbanas ou rurais, tanto na regularização como na correção da pista. O trabalho evita a formação de pequenos buracos e saliências na via, dentro da secretaria conhecidas como “costelas”, responsáveis por aumentar a trepidação dos veículos.
“É uma máquina que você faz a regularização da base da via, você limpa as laterais, no que chamamos de conformação de plataforma. Você coloca material onde tem buraco, retirando material onde tem excesso e faz a regularização, nivelando a rua. Outras máquinas não têm precisão de corte e nem para nivelar o material. É a máquina mais importante que tem, sem ela você não faz nada”, elucidou Alexandre.
“O planejamento nosso saiu do controle, caiu tudo por terra, se tornou complicado (o trabalho). Tentamos contornar a situação, mas é difícil, porque sabemos a importância da máquina”, lamentou Valdir.
Desde sua chegada, a motoniveladora foi deslocada para os serviços diários, tornando-se primordial dentro das diversas atividades da pasta. Entre a zona urbana e rural, aproximadamente 200 quilômetros, distribuídos em dez bairros, já haviam recebido a manutenção através da “patrol”, termo utilizado pelos funcionárias da pasta em referência à motoniveladora. “Quando a máquina chegou, conseguimos antecipar o trabalho, fizemos da Rodovia SP-340, do lado direito, até ao lado da Cloroetil. Passamos por todas as estradas, colocamos cascalho em pontos críticos”, reforçou Alexandre.
Negativo
O panorama deve piorar ainda mais em 2019 no que diz respeito à colaboração das equipes do Cemmil nos trabalhos feitos pela secretaria. Isso porque, no ano que vem, além de Mogi Mirim, Mogi Guaçu e Leme, o consórcio passará a atender também a cidade de Aguaí, diminuindo o tempo de serviço em Mogi. De 110, os dias de trabalho no município podem cair para 80, no atual momento, sobretudo em períodos chuvosos, notícia nada animadora. “Isso fará uma falta muito grande”, prevê Valdir.
Apenas na zona urbana, a secretaria, com o uso da máquina, atende seis loteamentos: Parque das Laranjeiras, chácaras Boa Vista e Bela Vista, Sol Nascente, São Francisco, Santa Rita, a popular Chácara das Uvas, Paraíso da Cachoeira e o Domênico Bianchi.
Dotações
Outro agravante está relacionado à locação de novas máquinas visando suprir a ausências das duas motoniveladoras. Devido ao fechamento do ano fiscal, em 10 de novembro, após determinação de Carlos Nelson, tanto na emissão de notas como na realização de compras, a secretaria não pode buscar ferramentas para a substituição das máquinas. Será necessário aguardar janeiro para que as dotações possam voltar a ser utilizadas.