Mais uma vez, o ano vai acabar e a Professor Ferreira Lima, no Jardim Paulista, zona Norte da cidade, continuará com o título de ‘Rua dos Buracos’. A situação da via, que sempre foi precária, tem piorado nos últimos anos. A rua, bastante movimentada, é a principal ligação entre o Paulista e as regiões do Inocoop, Flamboyant e a Avenida Pedro Botesi. Por lá passam, diariamente, carros, motos, vans escolares, ônibus, caminhões e os motoristas precisam estar atentos para não cair nos buracos que tomam conta de boa parte dos seus 900 metros de extensão.
O problema tem diversos tamanhos e formas. Algumas aberturas acumulam água da chuva e até lixo, um risco para a saúde pública. O número de buracos mais que dobrou. Em janeiro, O POPULAR esteve no local e contou 50 buracos. Na segunda-feira, a reportagem voltou a percorrer por toda a rua e conferiu 126 crateras, sem levar em conta outras imperfeições no asfalto.
O soldador José Roberto da Silva conhece o bairro desde 1982 e garante que está um perigo trafegar pela Ferreira Lima. “Não tem lombada, não tem nada. Aliás, não tem nem rua”, declara. O morador acredita que a via precisa de um recapeamento. “Tapar buraco só vai gastar material e dinheiro. Precisa arrancar isso aí e colocar outro asfalto”.
No começo deste ano, a Prefeitura informou que a rua receberia um serviço de tapa-buraco, realizado por uma equipe de pavimentação da Secretaria de Obras, Habitação e Serviços. Contudo, a medida parece ser pouco eficiente, uma vez que as aberturas no chão só aumentam.
Um trecho da rua também foi praticamente invadido pela grama de um terreno que abriga entulhos e galhos secos de árvores. A placa que proíbe o despejo de lixo no local parece invisível aos olhos da população. “Eu já não passo nessa rua. Eu tenho vergonha”, afirma o operador de máquinas, Ismael Mucignatto, morador do bairro há 30 anos.
Ele ainda contabiliza os prejuízos para os motoristas que têm seus veículos danificados. “Um pneu custa R$ 500”, exemplifica. Segundo o operador, a Ferreira Lima “sempre foi relaxada”, mas o cenário apresentou uma piora depois da gestão de Gustavo Stupp (PDT). “Cidade sustentável de buracos”, ironiza.
Mais danos
A forte chuva que caiu sobre a cidade, na última sexta-feira, deixou a rua em situação ainda mais crítica. Pedaços de massa asfáltica foram levados com a força da água, deixando grandes fissuras no solo da via, principalmente próximo às guias. “Cada vez que chove vai piorando mais”, confirma o comerciante José Maria Pires.
Os pedaços de asfalto rolaram até o final da Ferreira Lima e estacionaram na esquina da via, junto aos bueiros que também aglomeram lixo, folhas e capim seco. Uma das tubulações está totalmente abaixo do nível da rua e uma parte da guia destruída, o que oferece perigo para os pedestres, especialmente à noite.
Na tarde de segunda-feira, a coordenadora da Defesa Civil, Elaine Navarro, fez uma vistoria das fissuras e descartou a possibilidade de interdição da área, já que não há risco de desmoronamentos.
De qualquer modo, a coordenadora reforça que a Guarda Civil Municipal (GCM) estará circulando pela região e em alerta para, se for preciso, sinalizar os buracos com cones e faixas zebradas. De acordo com Elaine, o setor de Obras e Habitação da Prefeitura está ciente sobre o problema e deverá providenciar as manutenções na primeira semana de janeiro.