A simplicidade e a paciência para atender aos pedidos de autógrafos e fotografias apresentadas pelo piloto Rubens Barrichello, o Rubinho, impressionaram o público presente à solenidade de assinatura do contrato do Projeto Viver Melhor, na manhã do dia 6, no Clube Mogiano. Rubinho é o presidente do Instituto Família Barrichelo, que irá executar um projeto para beneficiar 400 idosos com atividades físicas associadas ao monitoramento da saúde em uma parceria fechada com a Prefeitura. No final de semana, Rubinho havia participado de provas da Stock Car, no Autódromo Vello Città, em Mogi Guaçu.
Na chegada ao salão social do Clube Mogiano, Rubinho foi recepcionado por uma apresentação da Fanfarra da Melhor Idade, da Lyra Mojimiriana, e teve início o assédio do público, com pedidos de fotos e autógrafos, atendidos até no momento em que chegou à primeira fila de cadeiras, próximo ao palco, onde seria chamado. Esbanjando simpatia, Rubinho pegava diversos aparelhos de telefone celular das pessoas que o abordavam e se responsabilizava por tirar os selfies, em atitude que impressionou muitos presentes.
Em seguida, a solenidade no palco teve início, com uma exibição de dança de alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). Na sequência, houve apresentação do Coral da Melhor Idade da Lyra, com que Rubinho demonstrou ter se sensibilizado. “Me emocionei com as músicas, com as danças, porque, afinal de contas, a gente vive dessa troca de energia. Quando vocês acham que o menino aqui aparece na televisão é famoso, é diferente, eu sou idêntico a vocês, vivo de amor, de energia”, apontou.
O encanto do público com Rubinho foi compartilhado pelo prefeito Carlos Nelson Bueno. “Observei a conduta dele de lá até aqui, nesse curto tempo que convivemos e falei pra ele agora há pouco: Rubinho, eu gostei de você, porque me encantou”, revelou.
Na despedida, após atender rapidamente a imprensa, enquanto a solenidade ainda transcorria com a abordagem do Método Águia, Rubinho voltou a falar ao microfone para se despedir do público e revelou que tinha pressa porque viajaria à noite, aos Estados Unidos. Na saída, ainda passou por uma multidão de pessoas que o aguardavam à espera de uma foto ou um abraço. Apesar da pressa, passou pelo centro do público e, enquanto andava, atendeu a pedidos, com a peculiar simplicidade.
Aulas são realizadas em quatro núcleos da cidade
O Projeto Viver Melhor será realizado em quatro núcleos de Mogi Mirim. No Núcleo Zona Norte, o atendimento será promovido no Centro de Referência de Assistência Social (Cras), às terças e quintas-feiras, das 7h às 8h15. No Zona Leste, as aulas serão realizadas no Ginásio Maria Paula, na Vila Dias, às terças e quintas, das 8h45 às 10h. No Zona Sul, as aulas acontecem na Associação Comunitária do Jardim Maria Beatriz (Acojamba), às quartas e sextas-feiras, das 7h às 8h15. O Núcleo Centro tem aulas às quartas e sextas, das 8h45, às 10h, no Clube da Vila São José.
A estimativa é que as aulas comecem no final de maio, após a contratação de quatro professores e quatro auxiliares. Os interessados em atuar no projeto devem encaminhar currículo para o e-mail [email protected].
Para implantação do projeto, o valor investido é de R$ 336 mil, verba que garante a aplicação das atividades durante 10 meses. Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura, o valor, gerido pelo Conselho Municipal da Pessoa Idosa, foi obtido por meio de destinações de parte do Imposto de Renda de empresas e pessoas físicas. Secretário de Esportes, Juventude e Lazer (Sejel), da Prefeitura, Osvaldo Dovigo, explicou que o recurso foi destinado pelo Itaú ao Conselho, depois de o banco ter deixado de promover o Viver Mais, em Mogi Mirim.
Águia
Idealizadora do Método Águia, utilizado no Viver Melhor, Cristiane Peixoto, discursou ao público para explicar os pilares da metodologia utilizada. O método envolve atividades cognitivas e coordenativas, aeróbias, exercícios resistidos, além de alongamento e relaxamento. Entre os benefícios estão capacidade de equilíbrio, memória, raciocínio, agilidade, tempo de reação e habilidades manipulativas, além de capacidades cardiorrespiratória, de força e flexibilidade.
Casaco que virou droga gerou criação de instituto
A decisão de Rubinho Barrichelo de atuar com um instituto com projeto direcionado à melhoria da vida das pessoas tem relação direta com uma história vivenciada na infância, que lhe rendeu reflexões e o fez sentir o impacto e a amplitude de se pensar no bem do próximo.
Rubinho conta que, ao chegar ao Kartódromo de Interlagos, em um dia frio, se deparou com um dos garotos que olhavam carros em troca de moedas, a quem o pai do piloto sempre dava uma quantia em dinheiro. “Meu pai pediu para eu tirar meu casaco e dar pro menino. Eu não entendi nada, mas depois, ele me explicou. E depois de um mês, quando a gente voltou pro kartódromo, um dia frio novamente, aquele menininho estava sem o casaco e foi quando ele falou que o pai dele tinha vendido o casaco pra comprar droga. Foi nesse dia, eu com 7, 8 anos, que visualizei que precisaria ajudar quando tivesse alguma condição. Eu fui muito ajudado nessa vida”, apontou, antes de explicar a ideia do projeto ligado a idosos. “No meu coração, ficam os velhinhos, vocês são a nossa educação. E velhinho, o caramba, são idosos com energia e muita coisa gostosa. Com certeza, temos que redirecionar as crianças para que a gente possa ter uma vida melhor, mas, acima de tudo, lembrar que vocês, idosos, lutaram muito na vida e merecem todo nosso carinho”, declarou.
