Uma praça com muitas árvores que não têm jardins. No centro dela, uma fonte que já há muito não é mais iluminada. E do coreto, antigamente palco de bandas aos domingos, não ecoa mais nenhum som. Monumentos pouco preservados e bancos depredados também fazem parte desse triste cenário que se tornou a Praça Rui Barbosa, na região central de Mogi Mirim.
Se antes o local era ponto de encontro, hoje certamente é motivo de desgosto. Difícil conceber, especialmente para os mais velhos, que a praça onde muitos praticavam o footing, ou seja, uma caminhada em que homens e mulheres paqueravam, e alguns casos até acabavam em paixão, esteja tão abandonada.
Outras praças da cidade também passam pela mesma situação. Cenas que refletem o descompromisso de uma Prefeitura com o direito ao bem-estar e lazer da população. É um fato lastimável porque junta-se a irresponsabilidade do atual prefeito, Gustavo Stupp (PDT), com os atos de vandalismo que depreciam o ambiente. Certamente, Rui Barbosa, paladino da lei e da liberdade, esteja descontente em ter o nome relacionado a um lugar tão desprezado.
O problema da limpeza pública tem se tornado tão crítico que chegou ao ponto de munícipes detectarem o aparecimento, em grandes quantidades, de animais peçonhentos, como escorpiões, principalmente na região da zona Leste. Recentemente, a reportagem de O POPULAR também flagrou capivaras, no Complexo Lavapés, e até um tatu, andando pelas ruas do Jardim Cintra.
Em época natalina, os enfeites deram lugar a entulhos, lixos, móveis espalhados em cada esquina, mato alto em ruas, avenidas, calçadas e em diversas áreas públicas. Nesse ano não haverá luz na Rui Barbosa. Esse mau estado da praça ainda afeta as vendas do comércio local. Não existe atrativo algum para que as pessoas sintam vontade de andar pela área, como nos velhos tempos.
Pelo contrário, a falta de segurança é outro ponto deficiente, que afasta ainda mais essa relação com o espaço público. É necessário um rápido trabalho de revitalização. A praça, que clama por socorro, precisa reconquistar o título de cartão postal e acolher novamente aqueles que tanto gostam de frequentá-la.
Em 2017, que já está logo aí, um dos desafios do prefeito eleito Carlos Nelson Bueno (PSDB) será, além de amparar as arestas na área da Saúde, de restabelecer a imagem do município. A cidade precisa de uma verdadeira faxina, literalmente. O primeiro passo foi dado nas urnas, com a mudança de governo. Daqui para frente, espera-se uma Mogi Mirim mais limpa, em todos os sentidos.
