Nesta semana, aqueles que torcem pelo Mogi Mirim Esporte Clube assistiram a mais um lamentável episódio que tem sido frequente nesta nova fase de administração do clube, que leva o nome da cidade aos quatro cantos do país. Rivaldo Vitor Borba Ferreira, em ato de total desespero, clamou por ajuda e divulgou até número de telefone para aqueles que puderem contribuir financeiramente com o clube.
A ação surge após a parceria com um empresário não vingar, alegando uma mobilização da cidade de Arapongas para que ele não deixasse de investir no clube paranaense. Antes de se despedir, sem ao menos ter chegado, Adir Leme não teve nenhum constrangimento ao criticar os moradores de Mogi Mirim por não apoiar o presidente do Mogi.
Ora, como apoiar alguém que se propõe a resolver os problemas de uma instituição histórica, merecedora de todo o respeito, de forma tão irresponsável e amadora? Ao pedir ajuda, o mesmo Rivaldo, que chegou inclusive a culpar os torcedores, transferindo-lhes a responsabilidade pelos problemas do time, expõe algo que jamais deveria sair de sua sala. Algo a ser discutido internamente. A culpa não é somente dos torcedores.
Em 2013, chegou a ser anunciada a saída de Rivaldo do Mogi Mirim, que passaria a ter como administrador único seu então sócio, Hélio Vasone Júnior, da Energy Sports. Divergências de como Rivaldo seria ressarcido por seus empréstimos ao clube fizeram a negociação ruir. O empresário saiu com o direito econômico de atletas, após o Mogi alcançar um momento de auge, chegando às semifinais do Campeonato Paulista.
Os investimentos endividaram o clube, mas Rivaldo não soube capitalizar o momento de glória para atrair investidores, deixando para mendigar ajuda justo quando o clube quase caiu no mesmo campeonato.
Agora, o presidente reivindica apoio com as despesas com concentração, custeio com tarifas de água, energia e impostos municipais. Ao propor um “S.O.S. Mogi”, disponibilizando número de telefone para investimentos, a presidência do clube apresenta uma possibilidade de administrar um clube apenas com o bônus, excluindo-se o ônus.
É preciso que o Mogi Mirim entenda que, neste momento, é necessária uma campanha inteligente e profissional na atração de investimentos e de marketing, visando atrair sócio-torcedores e empresários. A própria imagem de Rivaldo, eternizado como um dos melhores jogadores do mundo eleito pela FIFA poderia ser usada para atrair investimentos em patrocínio e não somente em empréstimos que depois teriam de ser ressarcidos, gerando dívidas que colocam em risco o patrimônio do clube.
É louvável que instituições privadas se preocupem em ajudar o clube através de parcerias também visando uma campanha forte de venda de ingressos e divulgação. Esse é o caminho. O prefeito Gustavo Stupp (PDT) demonstrou essa semana ao O POPULAR, sua preocupação em ver o time extinguir. A proposta de contribuir com mão-de-obra para limpeza interna e externa não é uma boa ideia. Não é justo a aplicação de qualquer tipo de dinheiro público em uma instituição privada.
As declarações de Rivaldo, ameaçando fechar as portas e jogar as toalhas com relação ao Mogi Mirim Esporte Clube, mais parecem uma justificativa antecipada de se livrar de algo que já não está lhe dando o resultado esperado. Algo mais além dos recursos financeiros.