Um abaixo-assinado, com o total de 3.699 assinaturas de munícipes, foi entregue à Câmara Municipal, na noite da última segunda-feira, contra a concessão dos serviços públicos do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) à iniciativa privada, projeto de lei de autoria do prefeito Gustavo Stupp (PDT) e já aprovado pelo Legislativo. O material foi levado ao vereador e presidente da mesa, João Antonio Pires Gonçalves, o João Carteiro (PMDB), pelas mãos de Ernani Gragnanello, ex-presidente do direto municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) e um dos que encabeçam o movimento que deseja barrar a terceirização dos serviços.
Agora, o material será anexado ao processo que pede a abertura de um projeto de decreto legislativo, elaborado por todos os vereadores da oposição. O projeto foi lido na sessão de segunda-feira, e após avaliação das comissões legislativas, deverá ser votado em até 45 dias.
O abaixo-assinado conta com assinaturas de cidadãos de diversas regiões da cidade, e foi colhido durante três meses. Como parte da estratégia para conseguir o maior número de adeptos, que além do nome, preenchiam dados pessoais, locais situados em bairros de grande circulação, como Santa Cruz, Tucura, Mirante e no Centro, tornaram-se base, servindo como reduto de assinaturas e distribuição das folhas.
A Praça Rui Barbosa foi peça chave na obtenção de boa parte do material, sobretudo nas manhãs de sábado, período de maior movimento na região durante a semana, quando o grupo permanecia por mais de duas horas no local. A expectativa da organização do movimento em prol do Saae é de conseguir atingir a meta de quatro mil assinaturas. As restantes também serão encaminhadas para a Câmara.
Positivo
Na avaliação de Ernani, o número obtido até segunda-feira é positivo e mostra que a população está atenta ao futuro da autarquia. “Foi bom, o fato é que grande parte da sociedade se manifestou, e agora vamos continuar com o trabalho de recolhimento (das assinaturas)”, destacou.
O projeto que pede a realização de um plebiscito para a concessão dos serviços servirá como forma de levar a informação ao cidadão e elevar o nível de discussão da concessão. “Vai oxigenar o debate”, resumiu.