Com um cilindro de oxigênio nas mãos, o vereador Marcos Gaúcho (PSB) subiu à tribuna da Câmara na segunda-feira (9) para denunciar um fato grave. Acusa o secretário de Saúde, Ederaldo Moreno, de ameaça e intimidação por conta do seu trabalho de fiscalizador do Poder Público.
“Você sabia que está respondendo a uma sindicância. Sabia que eu posso aliviar a sua [barra]”, teria dito Ederaldo Moreno ao vereador, que também é motorista de ambulância concursado e alvo de sindicância da Prefeitura por suposto assédio moral no trabalho e insubordinação hierárquica.
A espécie de “cale a boca” para Marcos Gaúcho foi feito no dia 4, às 14h, em uma sala do Centro de Especialidades Médicas (CEM), segundo ele próprio, horas depois de cobrar uma solução para a falta de oxigênio nos cilindros das ambulâncias da frota municipal.
“Não tinha oxigênio nas ambulâncias para buscar paciente. Essa situação já fazia 17 dias. Um absurdo. A vereadora Maria Helena [Scudeler de Barros] é testemunha disso”, relatou Gaúcho, inconformado. “Sabe por que isso acontece? Secretário incompetente. Não entende nada de saúde, porque se entendesse não deixaria faltar o básico”, disparou.
E acrescentou: “Ninguém vai me calar, porque estão colocando a vida do povo de Mogi Mirim em risco. Não devo nada a ninguém. Não tenho rabo preso com ninguém. E se eu tiver culpa no cartório [no caso da sindicância], quero pagar”, avisou.
Maria Helena (PSB) defendeu o colega.
“Ai se continuarem a perseguir o vereador Marcos Gaúcho. Vão ter que se ver comigo”, disse.
Outro Lado
Nota encaminhada pela Prefeitura diz que a sindicância é uma comissão independente vinculada à Secretaria de Negócios Jurídicos e, dessa forma, a Secretaria de Saúde – na qual o funcionário está lotado – não detém competência no andamento do processo, tampouco conseguiria alterar o resultado da sindicância.
A comissão é formada por três servidores concursados de diversas pastas municipais, o que garante a isenção e independência da referida investigação. Na prática, a sindicância já efetuou a oitiva de testemunhas e, atualmente, trabalha na coleta de provas.
A nota não traz, no entanto, o posicionamento da Administração em relação ao comportamento do secretário de Saúde, Ederaldo Moreno.