O famoso botânico e explorador francês Auguste de Saint-Hilaire esteve em Mogi Mirim há 204 anos. Em 1819, vindo de Goiás, percorreu o antigo município de Mogi Mirim coletando plantas e espécimes florestais da flora regional, muitas delas desconhecidas até então.
Em sua passagem pela cidade, anotou: “A vila está situada em região plana, coberta de florestas e campinas. Em 1819 compunha-se apenas de duas ruas paralelas. As casas são baixas, pequenas e na maioria construídas com varas cruzadas e uma terra escura de aspecto triste. Ao tempo de minha viagem, o número de casas não excedia a 100 e só duas tinham mais de um andar. Além da igreja paroquial e dedicada a São José, há mais outra consagrada a Nossa Senhora do Rosário”. Saint-Hilaire fez interessantes observações a respeito do comércio e da agricultura de Mogi Mirim.
“Vê-se nessa localidade um grande número de vendas regularmente abastecidas e duas lojas, uma delas muito bonita. Os habitantes de São José de Mogi Mirim, em sua maior parte, são agricultores, que só vêm até a vila nos domingos. Eles são também os maiores criadores de porcos da região. As terras são muito férteis e com muitas culturas de cana-de-açúcar, grande número de engenhos de aguardente e açúcar, cujos produtos são exportados para o Rio de Janeiro e Portugal através do porto de Santos. Os pequenos produtores vendem a mercadores de São Paulo que vêm buscar pagando à vista e até adiantado. O desenvolvimento de Mogi Mirim tem o inconveniente da taxação de pedágios nas pontes sobre os rios da região, obrigando os agricultores a pagar essas taxas de grande valor”.
Em outra parte de seus comentários, Saint-Hilaire abordou a vinda de pessoas de Minas Gerais para a vila e sobre as antigas caravanas e tropeiros. “De 1818 a 1823, muitos mineiros possuidores de fortunas, se estabeleceram em São José de Mogi Mirim. A vila fornece muitos tropeiros e que, com suas caravanas, vão até São Paulo, Goiás e Mato Grosso. O proprietário das caravanas fornece camaradas, que ele alimenta e paga no regresso”.
E finaliza Saint-Hilaire. “Abriguei-me em São José de Mogi Mirim numa casa com boa cobertura contra as chuvas. Não quis sair da vila sem visitar o Capitão-mor do local. Fui à sua casa, de onde me fizeram esperar por mais de meia hora para, afinal, dizerem-me que o mesmo estava doente”.
Essas observações do botânico francês sobre São José de Mogi Mirim são preciosas e de grande interesse histórico, mostrando nossa terra, seu povo e seu comércio e agricultura existentes há mais de 200 anos.
FONTE: Arquivo do Estado e livro “Viagem de Goiás à Província de S. Paulo”.
PRECEITOS BÍBLICOS
“Eu amo o Senhor porque ouve o grito da minha oração, inclinou para mim seu ouvido no dia em que o invoquei. O Senhor é justiça e bondade, nosso Deus é amor e compaixão. É o Senhor que defende os humildes. Eu estava oprimido e salvou-me”.(Salmos 114-115)
TÚNEL DO TEMPO
24 de outubro de 1945 – Nesse dia foi criado o Ginásio do Estado em Mogi Mirim pelos decretos nº15174 e nº15175 (atual Escola Estadual Monsenhor Nora).