A Santa Casa de Misericórdia se defende das acusações, explicou a situação e atacou o governo de Carlos Nelson Bueno. Em nota enviada ao O POPULAR e publicada em seus canais nas redes sociais, o hospital classifica o informe publicitário como “apócrifo” e deselegante. A movimentação é reconhecida e a Santa Casa explicou que a verba era transferida para não ser penhorada, mas envolvendo a conta particular de uma única pessoa e não de diversas.
“Realmente, a Santa Casa movimentou o dinheiro que recebe (não só dinheiro público) na conta de um terceiro (uma só pessoa e não particulares, como diz o informe), ao qual a Mesa Diretora agradece de coração. O próprio informe diz ‘movimentou’. ‘Movimentar’ significa que o dinheiro chegava à conta da Santa Casa e saía imediatamente para a conta dessa caridosa pessoa, para não ser penhorado na madrugada. No dia seguinte ou nos próximos dias, em função da Santa Casa precisar todo dia de dinheiro para pagar suas contas, este voltava conforme os pagamentos iam sendo realizados. É bom deixar claro que todos os pagamentos ocorreram na conta bancária da Santa Casa e as contas foram prestadas à Prefeitura”, esclarece o hospital.
A direção rebate o Poder Público quanto ao montante da dívida informada na nota municipal, de R$ 58 milhões. No comunicado, é informado que o valor é de R$ 35.997.898,71, que somados os juros futuros sobre os empréstimos, no montante de R$ 16.659.983,18, de acordo com o hospital, pagos ao longo dos próximos oito anos, com possibilidade de uma futura negociação para redução dos juros, a dívida chega a R$ 52.657.881,89. Os números foram levantados no balanço do exercício do ano passado da Irmandade, mantenedora do hospital.
A Santa Casa discorda mais uma vez da Prefeitura quanto aos serviços, dizendo ser mentira a afirmação do Poder Público de que não vinha honrando seus compromissos, e que o índice de satisfação da população com o hospital é de 90%, medido diariamente e apresentado aos órgãos de fiscalização.
Perseguição
A nota acusa a Prefeitura de perseguir o hospital. “É verdade que a Santa Casa sofre descontos constantes por parte da Prefeitura, mas por perseguição. A Vigilância Sanitária e a Auditoria da Secretaria de Saúde fiscalizam (perseguem) diariamente a Santa Casa. Mesmo com essa perseguição, não é verdade que a Administração Municipal é constantemente ameaçada pela direção da Santa Casa. O informe (da Prefeitura) prova o contrário, ou seja, quem vem sofrendo ameaças constantes é a Santa Casa”, argumenta.
Intervenção
O hospital comenta sobre um dos trechos do informe publicitário municipal, quando é descartada uma intervenção no hospital, assim como vista em 2012, justamente por Carlos Nelson, novamente: “Que bom saber que a Prefeitura não vai intervir na Santa Casa. Se realmente houver interesse em assumir o hospital, que se pague um valor justo a fim de que a Irmandade possa honrar as dívidas assumidas em seu CNPJ. Afinal, quanto vale o aluguel (ou arrendamento) de um prédio daquele tamanho e tudo o mais que o guarnece portas a dentro?”.
A Santa Casa desabafa e diz que agora cabe à Justiça resolver o imbróglio. “Se há ou não impedimento para se fazer repasses à Santa Casa, a Justiça determinará. E é a ela que a Irmandade da Santa Casa está recorrendo a partir de hoje, porque conversar mais do que já foi conversado, não dá mais”, completa.
A Santa Casa promete, até 31 de março, realizar uma Assembléia Geral Ordinária para apresentação detalhada dos números financeiros do hospital
