Em uma paróquia com 270 anos de história, sempre que nos propomos a falar sobre seus personagens, flertamos com o risco de cometer injustiças. São inúmeros os párocos de importância indiscutível para a comunidade local, para o desenvolvimento da cidade. Alguns, se tornaram bispos em outras localidades. Outros, têm roteiros até mais surreais. E ainda temos as “sem número” de pessoas que contribuíram, de alguma forma, com o crescimento da paróquia.
Entre tantas histórias, vamos falar de Jesus. Do nosso Jesus, de tantas tarefas na Paróquia de São José. De Jesus Aguilar de Moraes Vilela, nascido em 1974 e que carrega tão sagrado nome graças a um milagre. Logo após nascer, o rim parou, a família fez promessa e o menino, que se chamaria Josias, passou a se chamar Jesus.
O vínculo com a religião começou na infância. Se lembra de um dos melhores sonos da vida, no colo da mãe, durante uma homilia. E de sentar nos bancos e comer a pipoca do Seu Paulo e da Dona Amábile, cheio de molho. “Num desses passeios, vi o saudoso Dito Sacristão fechando a porta principal da Igreja e lembro que meu primeiro pensamento foi “deve ser legal trabalhar em uma Igreja e será que esse moço mora aí dentro?”.
A paixão pela Igreja, porém, floresceu na adolescência. Durante a preparação para os sacramentos da Eucaristia e Crisma, foi apresentando, pelas catequistas Tia Neca, Níria Parisi e Beth Ubeda, “a um Jesus maravilhoso, perto de mim, parceiro e me apaixonei”. Junto veio o acolhimento dos membros da paróquia nas diversas pastorais. Davam a ele a oportunidade que todo jovem quer: liberdade.
“Coisas simples e alegres que marcam a vida. Como tocar os sinos da Igreja com corda, preparar a fogueira do sábado santo e os materiais da Semana Santa, ficar até de madrugada para arrumar a Igreja para uma solenidade, andar de carro de bombeiro com as relíquias de Santa Terezinha”, entre tantas outras lembranças.
Após concluir a catequese de Crisma, se engajou na Pastoral da Liturgia e começou a fazer alguns trabalhos voluntários na Igreja Matriz, além de ser coroinha. Com o passar do tempo o serviço voluntário foi aumentando. Além da Liturgia, também ajuda ao secretário da época, Matheus Bazuco à senhora Terezinha Parra. Assim aprendeu um pouco da dinâmica da secretaria paroquial. “Em janeiro de 1997, o Matheus entrou em uma empresa e o Padre Gilberto Edison Schneider, então pároco, me convidou para trabalhar e aqui estou. Quase 25 anos como funcionário”.
Neste período, viu mudanças. A principal delas, da diminuição dos números de fiéis na Igreja Matriz, mas por um motivo compreensível. “Ela se deu por conta da divisão e do aumento do número de paróquias em nossa cidade. Hoje somos sete. Outra mudança é que hoje os fiéis levam para a sua vida cotidiana o que celebram junto com toda comunidade. A fé e a religiosidade também estão inseridas no trabalho, na família e nas relações sociais”.
Jesus exerceu a função de secretário na preparação de vários documentos para o Batismo e Matrimônio, registro nos livros, preparação de diversos materiais para as pastorais, cuidados com a agenda da paróquia e do pároco. “Hoje estou no financeiro, zelando pelos recursos e nos pagamentos realizados. Mas, nas horas vagas, já consertei o sino, virei porteiro, chaveiro, eletricista, encanador. Tudo feito com alegria e bom humor. Isso jamais pode faltar”. E, de fato, isto jamais falta em Jesus. Um homem que dedicou duas décadas e meia a esta comunidade de 270 anos e que enobrece, com a tua história, a biografia de tantos e tantos que marcaram a sua história, na Paróquia de São José.
Gratidão à comunidade da Paróquia de São José
Ao término das festividades do Jubileu dos 270 anos e da novena ao nosso querido padroeiro, nossa eterna gratidão a todos os que colaboraram com o bom andamento das atividades festivas durante o mês de novembro. Nosso louvor à Orquestra Lyra Mojimiriana, que abrilhantou as festividades, abrindo o mês de novembro e à Orquestra de Violeiros de Mogi Mirim, que fechou as festividades com o almoço de São José, realizado no último dia 28, na quadra da Igreja de Nossa Senhora do Carmo. A todos nossos agradecimentos. Agradeço a todos a ajuda que veio de outras paróquias, como de São Joaquim e Sant’Ana, como também da Paróquia da Santa Cruz. E de nossos voluntários, que não mediram esforços para realizar o evento de nossa quermesse. Contamos com a ajuda de nossos agentes de pastoral, como leitores, ministros, grupos de cântico e coral do jubileu, e nossa equipe litúrgica, e a todos que se envolveram de uma forma ou de outra para o bom andamento de tudo que aconteceu durante este mês. A todos, que Deus os recompensem abundantemente. Também agradecemos aqueles que, na medida do possível, participaram da novena a São José e contribuíram com a oferta solidária, onde arrecadamos alimentos para as seguintes entidades assistenciais: Instituto Coronel João Leite, Lar Emanuel, Lar São Francisco, Amor Exigente, Casa Santo Antônio, Lar Maria de Nazaré e Vicentinos. Contamos com uma arrecadação de bem mais do que 1.000 quilos e, entre eles, latarias, bolachas e outros. Pudemos, assim, ajudar estas comunidades que tanto bem fazem às pessoas carentes de nossa cidade. A todos nossos agradecimentos. E, em nome da comunidade paroquial, eu, padre Ademir, agradeço a todos e contem com minhas preces sempre. Por tudo, Deus seja louvado.