Depois de mais de um ano sem entrar em campo em competições, o Mogi Mirim estreia na São Paulo Cup Sub-23 diante do Sumaré neste domingo, às 10h, no Estádio Vail Chaves. A competição é promovida pela Global Scouting Football. Os ingressos custam R$ 5, mais um quilo de alimento não perecível para ser revertido a entidades assistenciais.
O técnico Maizena deve manter a equipe titular do jogo-treino em que o Mogi foi derrotado por 2 a 1 pelo Internacional de Limeira, no dia 7, no Estádio Major Levy Sobrinho. Apesar da derrota, Maizena ficou satisfeito pelo Mogi ter exercido pressão e tido chances de sair vitorioso. A Inter, que neste ano conquistou o acesso à Série A-1 do Paulista, se prepara para a Copa Paulista. O provável time titular do Sapo tem Renan; Vinícius, Gabriel e Felipe; Carlão, Elivelton, João, Luquinhas e Zamai; Pablo Fumaça e Lucas. “A ideia é manter, a equipe foi muito bem tanto na marcação como na dinâmica. Trabalhei no 3-5-2, atacando com sete. Joguei bem aberto, ofensivo, é minha característica”, destacou Maizena.

O último jogo do Mogi em competições havia sido em maio do ano passado, quando o Sapo venceu o Prudentópolis pela última rodada da Série D do Brasileiro. O jogo teve mando do Mogi, mas foi realizado em Limeira em virtude da interdição do Estádio Vail Chaves. A última partida do Mogi no Vail foi em 29 de abril, na derrota contra o São José-RS, pela Série D. O jogo teve portões fechados devido à interdição. O último jogo do Mogi Mirim, no Vail Chaves com público foi em setembro de 2017, pela penúltima rodada da Série C do Brasileiro, em vitória contra o Macaé.

Atletas ameaçaram não jogar, após Jaime se afastar
Antes de confirmar presença na estreia, o elenco do Mogi Mirim ameaçou não jogar neste domingo e se recusaram a treinar na tarde de terça-feira. Embora não divulgadas publicamente, divergências entre as empresas parceiras na gestão do futebol fizeram o gestor Jaime Marcelo, da J Winners, se afastar do clube, o que gerou a reação dos jogadores, que pediram seu retorno. Fechados com Jaime, a quem apontam sempre tê-los ajudado e sido responsável pela evolução nas condições de trabalho, os atletas ameaçaram não jogar caso o empresário não estivesse junto na gestão. Entre os temores estão a dispensa de atletas, risco do não pagamento de bichos e a queda na qualidade da alimentação. A maioria dos atletas é ligada à J Winners, que promete continuar pagando os salários assumidos, mas o movimento teve adesão de todos os jogadores, em função do tratamento de Jaime ao elenco.
Inicialmente, os atletas comunicaram o técnico Maizena. “Eles falaram que não treinam sem o Jaime, o clima está meio pesado. O Jaime tratou eles como se fosse filho e eles pegaram o Jaime como se fosse pai, em termos de alimentação, algum dinheirinho que os meninos precisavam, celular quebrava e Jaime consertava, dinheiro pra viajar. E se uniram todos. E eles falaram que se o Jaime não voltar, não querem jogar”, contou Maizena, no gramado, na terça.

Após o cancelamento do treino, uma reunião, acompanhada por O POPULAR, ocorreu no vestiário, onde os jogadores revelaram a decisão de não treinar ao empresário André Ko, da AD Sports. No decorrer da reunião, chegou e também falou com os atletas o empresário Marcelo Galático, do grupo de gestores. Amigo de Jaime, Galático foi responsável por trazer a J Winners ao Mogi para atuar com a AD. Os atletas cobraram um encontro com Jaime para esclarecer a situação. Na noite de terça, Jaime se reuniu com atletas e decidiu aceitar voltar, mas ficar apenas até o fim do jogo de domingo, antes de viajar a Portugal e se afastar da gestão do futebol. Após o papo com Jaime, o elenco aceitou jogar e voltou a treinar na quarta-feira.
Oficialmente, Jaime justifica o afastamento por entender já ter estruturado o Mogi para a competição e pela decisão de agora cuidar dos negócios da J Winners. No exterior, irá comandar o Esmoriz/J Winners na quarta divisão portuguesa. Questionado sobre divergências com a AD, preferiu não se pronunciar. Já Ko admitiu, aos atletas, desentendimentos, mas apontou serem normais, e garantiu que Jaime segue no clube, mas focado no intercâmbio de jogadores. Porém, disse ao elenco que, se não jogassem sem Jaime, tiraria o Mogi da São Paulo Cup.
Ao O POPULAR, Ko e Galático garantiram que a saída de Jaime do futebol não afeta a situação financeira do grupo, mas admitiram a chance de dispensas e contratações no elenco. Jaime segue em parceria com a AD em outros projetos no clube, mas fora da gestão do futebol. O trabalho na Europa não é diretamente ligado ao Mogi. “Se tiver algum jogador do Mogi que sirva para Portugal e venha através dele, farei de bom grado a colocação no mercado”, explicou Jaime.