O primeiro quadrimestre de 2017 fechou com apenas 41 cirurgias eletivas realizadas pela Santa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim. O número foi apresentado durante a prestação de contas da Secretaria de Saúde, na tarde de terça-feira, na Câmara Municipal. A secretária da pasta, Rosemary Fátima Silva, a Rose, explicou que, por conta da grave crise financeira, o hospital está retomando aos poucos os procedimentos e exames feitos para o Município.
Em contrapartida, ela frisou que os serviços prestados pela própria Saúde tiveram um aumento. Segundo Rose, a Prefeitura vai priorizar as cirurgias de pessoas idosas, uma vez que a demanda da classe corresponde a 30% do total. De acordo com o balanço, de janeiro a abril, as receitas totalizaram R$ 24,4 milhões. As despesas foram contabilizadas em R$ 21,3 mi. Desse total, 59,97% dos gastos foram com a Gerência de Assistência à Saúde, o que corresponde a R$ 12,7 milhões. A folha de pagamento e os convênios com a Santa Casa e demais entidades municipais geram juntos uma despesa de quase R$ 18 milhões para a secretaria.
As despesas com materiais de consumo, o que compreende combustíveis, gêneros de alimentação, material hospitalar, produtos de limpeza, entre outros, foram de R$ 861 mil. Já os gastos com serviços de terceiros somaram R$ 2,4 milhões, sendo que o Consórcio Intermunicipal de Saúde “08 de Abril” contribui com R$ 1,1 milhão do valor. Os custos com serviço médico-hospitalar, odontológico e laboratoriais ficaram em R$ 134 mil. Já para manter e conservar os veículos utilizados na área, a Saúde gastou R$ 11,9 mil. No entanto, metade da frota está parada. Isso porque 18 dos 36 carros da pasta estão em manutenção.
Em caixa, conforme demonstrado na audiência, a Saúde tem pouco mais de R$ 52 mil para investir na construção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), na zona Leste, e R$ 526 mil para a aquisição de equipamentos para o prédio, além de R$ 125,8 mil, quantia que será complementada com R$ 25 mil através de dotação, para a conclusão das obras na Unidade Básica de Saúde (UBS) Vanderlei Silva Bueno, na zona Leste.
Nesse quadrimestre, o Município ainda é aquele que mais tem investido na área, com 71,70% de participação, seguido pelo Governo Federal (27,57%) e Estadual (0,74%). O atual orçamento da Saúde, de R$ 86 milhões, é o menor desde 2013, quando chegou a R$ 76 mi. Em 2016, por exemplo, a secretaria tinha disponível R$ 92 milhões.
Mudanças
Durante a audiência, a secretária ainda informou que, até julho deste ano, o Município deve concluir a implantação do prontuário eletrônico nos postos de saúde, o que é um pedido do Ministério da Saúde. Caso contrário, a Prefeitura pode ser penalizada em R$ 130 mil/mês, uma vez que o governo anterior não atendeu à solicitação do Governo Federal e nem justificou a sua não implantação.
A plataforma digital, além de eliminar gastos com papel, permite que todos os serviços de saúde da cidade possam acompanhar o histórico, os dados e resultado de exames dos pacientes, verificar em tempo real a disponibilidade de medicamentos ou mesmo registrar as visitas de agentes de saúde, melhorando o atendimento ao cidadão.
Contudo, Rose destacou que um problema a ser solucionado é com relação à compra das máquinas, já que o Poder Público mantém um dívida de R$ 1,5 milhão com a fornecedora dos equipamentos.
