sábado, novembro 23, 2024
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Saúde: saiba a verdade sobre miocardite, Covid-19 e vacinação

A vacinação em crianças de cinco a 11 anos começou e, com ela, a internet foi contaminada por uma onda de postagens relacionando a miocardite à imunização. Assim como tem sido comum desde o início da pandemia, a política pública de disseminação de notícias falsas, ou seja, as famigeradas “fake news” seguiu com força nesta fase da luta contra a pandemia que já matou mais de 600 mil brasileiros.

Então vamos falar mais sobre a miocardite, a começar pelo fato de que as crianças têm muito mais chances de apresentarem inflamação do músculo cardíaco caso sejam infectadas pelo novo coronavírus do que ao serem vacinadas…

Estatísticas
A ciência se baseia em números, em fatos, em estatísticas. Assim como a chance da miocardite se desenvolver em uma criança com Covid é maior do que ao ser vacinada, ela tem menos risco de desenvolver miocardite nos dois casos (por Covid ou efeito colateral de vacina) do que os adultos.

Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 75% dos casos de miocardite associados à vacina contra a Covid-19 ocorrem em homens e a idade média dos afetados é de 30 anos, após a primeira dose da vacina, e 24 anos, após a segunda dose. Além disso, os casos de miocardite em crianças decorrentes de vacinação, além de muito raros, foram, em sua grande maioria, leves.

“É importante ressaltar que devido à baixa frequência deste efeito adverso e a natureza benigna da apresentação clínica nos casos relatados, o benefício da vacinação supera grandemente o pequeno risco desta complicação”, diz parecer técnico da Fiocruz.

O que é?
Miocardite é a inflamação do músculo do coração conhecido como miocárdio, que facilita a contração para bombear sangue. Quando esse músculo inflama, esse movimento de contração pode ser afetado. O sintoma mais comum é dor no peito e algumas pessoas podem ter febre. Em casos mais severos, o paciente pode sentir falta de ar e inchaço nas pernas. Em casos muito graves pode levar à morte. Em crianças, segundo a Fiocruz, o “sinal de alerta” para a miocardite é a ocorrência de taquicardia sem febre.

A miocardite pode aparecer depois de uma infecção, qualquer que seja ela, ou devido a uma falha do nosso sistema imune. Portanto, como a Covid é uma infecção viral, ela pode causar o aparecimento dessa inflamação. Alguns estudos mencionam que a incidência da miocardite é de mais de 100 por 100.000 casos em pessoas com Covid, enquanto a incidência antes da Covid existir era de 1 a 10 casos por 100.000 habitantes. Ou seja, a infecção pelo novo coronavírtus ampliou em mais de 10 vezes o risco de desenvolvimento a incidência desta condição.

Há ainda a questão da gravidade da miocardite. Tal como ocorre com o coronavírus, a maioria dos casos é leve, mas pode haver complicações. Casos mais graves são mais frequentes quando a miocardite decorre de infecção por Covid. As inflamações associadas à vacina são raras e tendem a ser leves.

Segundo O Comitê de Avaliação de Riscos de Farmacovigilância da Europa (PRAC, na sigla em inglês), recomendou incluir a miocardite como efeito adverso raro das vacinas contra a Covid-19 de tecnologia mRNA (Moderna e Pfizer). O órgão destaca, porém, que a probabilidade de incidência é baixa.

Proteção
A conta é simples. Na prática, a vacina contra a Covid-19 reduz o risco de incidência de miocardite, já que protege a população contra a Covid-19, doença que amplia, em mais de 10 vezes, o risco de desenvolver esta condição. “Ao vacinarmos, o que estamos fazendo é diminuir o risco de ter miocardite, porque se você não se vacina, vai pegar Covid e, se você tem Covid, o risco de miocardite é maior e sua gravidade pode ser imprevisível”, disse Salinas.

E um parecer técnico feito para orientar o programa de imunização de Portugal apontou que a miocardite por infecção de Covid é cerca de “60 vezes mais frequente” que pela vacinação. As vacinas treinam nosso corpo para que não nos infectemos ou para que, em caso de infecção, nosso organismo possa reagir de maneira ordenada.

Quando o vírus chega ao corpo, o organismo estabelece uma série de barreiras coordenadas para combatê-lo. No entanto, quando a pessoa não está vacinada e é infectada, o sistema imune pode atuar de maneira desesperada e, neste caso, produzir inúmeras condições, entre elas, uma miocardite. (Com informações do G1)

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