Definitivamente como candidato na disputa das eleições em outubro, o ex-prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB) afirmou em coletiva à imprensa, na tarde de segunda-feira, que vai exonerar todos os secretários da gestão de Gustavo Stupp (PDT) já no seu primeiro dia de mandato, caso seja eleito, pela terceira vez, o próximo Chefe do Executivo de Mogi Mirim.
“Prefeito esteve ausente o tempo todo. Não houve realizações. Secretariado de Stupp é todo de fora; ninguém conhece. É extremamente comprometedor”, disparou o candidato, contra a postura do atual administrador. Durante a entrevista, realizada em seu escritório político, em Mogi Guaçu, além das críticas, Bueno mostrou-se preocupado em ser eleito com minoria na Câmara Municipal.
Embora tenha apontado a campanha como positiva, disse que precisa de vereadores sensíveis aos reais problemas da cidade. O encontro também contou com a presença da vice da chapa, a médica Lúcia Maria Ferreira Tenório, e dos presidentes da coligação “Mogi Mirim crescendo de novo”, representada por Marcos Antonio Dias dos Santos, o Marquinhos (PSDB), Danilo Zinetti (PSD), Gerson Rossi (PPS) e Leonardo Zaniboni (SD).
Aval da Justiça
A Justiça Eleitoral não acolheu os pedidos de impugnação formulados contra o ex-prefeito pelo advogado José Aparecido Cunha Barbosa e pelos grupos políticos de Ricardo Brandão (PMDB), principal opositor do candidato tucano, e Ernani Gragnanello (PT). Com o aval da Justiça, ele poderá concorrer ao Poder Executivo. A decisão da juíza Fabiana Garcia Garibaldi está disponível no site Tribunal Superior Eleitoral (TSE), desde a manhã de sábado.
Em síntese, os pedidos de impugnação apontaram o fato das contas da Prefeitura, referentes ao exercício de 2007 e 2012, terem sido desaprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), além da contratação irregular da empresa Ideal Rupolo Móveis Ltda. para a aquisição de móveis escolares, feita em junho de 2006, ano do primeiro mandato do ex-prefeito, o que lhe rendeu uma condenação.
Segundo a juíza, os argumentos apresentados não acarretam em inelegibilidade da candidatura de Bueno. Fabiana argumentou que, apesar do ex-prefeito ter sido condenado por ato de improbidade administrativa, a prática por ele cometida não resultou em prejuízo ao patrimônio público. “Além disso, (…) não há nenhuma menção quanto a eventual enriquecimento ilícito por parte do impugnado”, ressalta a magistrada, na decisão.
“Foi excepcional (o julgamento). Vencemos uma etapa. Se havia uma dificuldade, era essa”, declarou Bueno. Para o candidato, a decisão da juíza foi “contundente, justa e competente”, uma vez que ele acredita não ter deixado margem às dúvidas, e um fato decisivo para consolidar a campanha eleitoral.
“A candidatura que usou desse artifício está vendo o feitiço virar contra o feiticeiro”, ressaltou o candidato, em relação aos opositores que tinham esperança de ver o nome do tucano impugnado. O pedido de registro de candidatura formulado por Lúcia Tenório, para concorrer ao cargo de vice, também foi acolhido pela Justiça. Coronel Vanderlei Manoel de Oliveira (PRP), Ernani Gragnanello (PT) e Elias Ajub (PR) ainda aguardam julgamento.
“Mogi Mirim não teve prefeito, teve uma ficção”
Na avaliação do ex-prefeito, que esteve à frente do Executivo por dois mandatos, a cidade foi esquecida nesses quatro anos. Segundo ele, se o município tivesse um mau administrador, não estaria em condições tão ruins quanto hoje. Mas, “Mogi Mirim não teve prefeito, teve uma ficção”, criticou.